Abstract:
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A saúde e o adoecimento não são processos à parte do contexto social, mas são moldados por ele. Determinação social é uma teoria que compõe a epidemiologia crítica e estabelece uma relação entre a reprodução social e as maneiras de viver, adoecer e morrer, procurando superar o causalismo e apresentar a origem do processo saúde-doença, pautando-se no materialismo histórico-dialético.
Os determinantes sociais são fatores que condicionam a saúde dos seres humanos, como alimentação, estilo de vida e renda, por exemplo, mas podem induzir a culpabilização do indivíduo por não demonstrarem quais as origens e interesses por trás dessas desigualdades.
A fim de explicar e ilustrar a determinação social, é apresentada uma revisão de literatura sobre os impactos dos determinantes em três doenças respiratórias prevalentes: asma, COVID-19 e tuberculose. Os estudos mostram que, para todas elas, a pobreza, a desigualdade e diversos outros determinantes sociais têm associação com piores desfechos.
Analisando estes determinantes sob a ótica da determinação social, vê-se que a ideologia dominante cria o modo de organização da sociedade, gerando as condições de vida e saúde/doença da população e também sujeitando o ensino e a prática médica aos interesses dessa doutrina hegemônica. Portanto, para promover saúde de maneira mais ampla e integral, é preciso superar a lógica capitalista de lucro, observando que é a humanidade que reproduz as condições materiais de vida e que outro modo de organização social é possível se um sistema dominante de crenças que preze pela coletividade for estabelecido.
Palavras-chave: Determinação Social da Saúde; Determinantes Sociais da Saúde; Asma;
COVID-19; Tuberculose pulmonar. |