Valiação do Aplicativo e-Burn no Hospital Infantil Joana de Gusmão

Abstract

Introdução: Os acidentes por queimaduras são um importante problema de saúde pública, principalmente em crianças. Crianças menores de 6 anos, são a faixa etária mais acometida, com líquidos superaquecidos. O cálculo correto da reposição volêmica desses pacientes é crucial para o tratamento inicial com a reposição hidroeletrolítica e diretamente relacionado com a extensão da superfície corporal queimada. Com esse objetivo novas tecnologias por meio de aplicativos para telefones celulares estão ganhando espaço no cotidiano médico. Em pacientes queimados especificamente, aplicativos como E-burn® já vem sendo estudados por algumas instituições. Avaliam a superfície corporal queimada (SCQ) e calcula a reposição hídrica no paciente a partir da Fórmula de Parkland, permitindo estimar as variáveis a partir de desenhos gráficos. Objetivos: Analisar a confiabilidade na avaliação superfície corporal queimada entre E-burn® Lund e Browder e hospital de origem. Avaliando a segurança do uso do E-burn® na rotina médica do HIJG. Métodos: Análise de 31 pacientes com queimaduras no período de novembro de 2022 a março de 2023. Comparados os valores da SCQ calculados pelo serviço médico de origem de onde o paciente foi encaminhado, pela avaliação no E-burn® e tabela de Lund Browder no momento da chegada do paciente do HIJG. Resultados: Foram observadas diferenças estatisticamente significantes na comparação entre o percentual da superfície corporal queimada em função do método diagnóstico (p<0,05). O percentual da superfície corporal queimada foi estatisticamente inferior na avaliação feita pelos métodos EB e LB comparados à avaliação clínica (p= 0,03 para ambos). Quando comparado os valores entre o aplicativo e-Burn e a tabela de Lund e Browder A confiabilidade da medida de superfície corporal queimada avaliada pelos métodos EB e LB foi alta (p<0,01). Conclusões: O uso do aplicativo EB mostrou-se com alta confiabilidade, concordância e ausência de diferença quando comparado a tabela de LB. Desta forma, afirma-se que o uso do aplicativo EB é seguro para a prática clínica na Unidade de Tratamento aos Queimados no HIJG.

Introduction: Burn accidents are an important public health problem, especially in children. Children under 6 years old are the most affected age group, with overheated liquids. The correct calculation of volume replacement in these patients is crucial for the initial treatment with hydroelectrolytic replacement and is directly related to the extent of the burned body surface. With this objective, new technologies through applications for cell phones are gaining ground in the medical routine. In burn patients specifically, applications such as E-burn® have already been studied by some institutions. They evaluate the body surface area burned (TBSA) and calculate fluid replacement in the patient based on the Parkland Formula, allowing the estimation of variables based on graphic designs. Objectives: To analyze the reliability of the burnt body surface assessment between E-burn® Lund and Browder and the hospital of origin. Evaluating the safety of using E-burn® in the HIJG medical routine. Methods: Analysis of 31 patients with burns from November 2022 to March 2023. Comparing the values of the TBSA calculated by the original medical service where the patient was referred, by the evaluation in the E-burn® and the Lund Browder table in time of arrival of the HIJG patient. Results: Statistically significant differences were observed when comparing the percentage of burned body surface according to the diagnostic method (p<0.05). The percentage of burned body surface was statistically lower in the evaluation made by the EB and LB methods compared to the clinical evaluation (p= 0.03 for both). When comparing the values between the e-Burn application and the Lund and Browder table, the reliability of the burnt body surface measurement assessed by the EB and LB methods was high (p<0.01). Conclusions: The use of the EB application showed high reliability, agreement and absence of difference when compared to the LB table. In this way, it is stated that the use of the EB application is safe for clinical practice in the Burn Treatment Unit at HIJG.