Avaliação da funcionalidade do paciente pós-Covid-19 por meio da Escala de Estado Funcional (PCFS)

Abstract

Introdução: Diante dos sintomas persistentes e do aumento da sobrevida, as repercussões sobre a funcionalidade dos indivíduos após a COVID-19 tornam-se cada vez mais relevantes. Objetivo: Analisar o estado funcional de indivíduos após 90 dias da alta hospitalar por COVID-19. Método: Estudo transversal, com pacientes diagnosticados com COVID-19 avaliados em média 90 dias após o quadro agudo. Para avaliar o estado funcional, aplicou-se a Escala de Estado Funcional Pós-COVID-19 (PCFS). Resultados: A amostra foi composta por 116 pacientes com média de idade 50,2±12,8 anos, 60 (51,7%) eram do gênero feminino, 66 (58,9%) classificados como obesos, 51 (44,3%) relataram ter algum tipo de comorbidade e 44 (37,9%) eram tabagistas. Na escala PCFS, 72 (62,1%) pacientes apresentaram escores = 2, indicando limitações funcionais leves, moderadas ou graves. Foi observada associação com significância estatística entre a PCFS com as classes do IMC [? 2 (2) 13,110; p = 0,001], internação em unidade de terapia intensiva (UTI) [? 2 (1) 4,073; p = 0,04], gravidade [? 2 (2) 6,625; p = 0,04], e intubação traqueal [? 2 (1) 5,538; p = 0,02] e hospitalização [? 2 (1) 6,412; p = 0,01]. Indivíduos que necessitaram de ventilação mecânica invasiva (VMI) apresentaram 2,5 vezes mais chances de pertencerem a classificação = 2 da PCFS (OR = 2,5; IC95% = 1,2 ? 5,4). Conclusão: O uso de VMI aumenta a chance de os pacientes apresentarem escores = 2 na escala PFCS. Além disso, o uso de VMI, IMC, internação hospitalar e admissão na UTI estão associados a piores desfechos funcionais quando avaliados pela PCFS.

Abstract: Introduction: In front of the growth of survivors and the persistent symptoms, the repercussions on the functionality of post-COVID individuals become increasingly relevant. Objective To analyse the functional status of individuals 90 days after hospital discharge due to COVID-19. Methods: Cross-sectional study with patients diagnosed with COVID-19 were evaluated on average 90 days after symptom. To assess functional status, the Post-COVID-19 Functional Status Scale (PCFS) was applied. Results: The sample consisted of 116 patients mean age 50.2±12.8 years 60 (51.7%) were female, 66 (58.9%) classified as obese by BMI, 51 (44,3%) having comorbidities (55.75%) and 44 (37,9%) were smokers. In the PCFS scale, 72 (62.1%) patients had scores = 2 indicating mild, moderate, or severe functional limitations. An association with statistical significance was observed between PCFS with BMI classes [? 2 (2) 13.110; p = 0.001], intensive care unit (ICU) admission [[? 2 (1) 4.073; p = 0.04], and severity [? 2 (2) 6.625; p = 0.04], and tracheal intubation [? 2 (1) 5.538; p = 0.02] and hospitalization [? 2 (1) 6.412; p = 0.01]. Individuals requiring invasive mechanical ventilation (IMV) presented 2.5 times more likely to belong to PCFS classification = 2 (OR = 2.5; CI 95%: 1.2 ? 5.4). Conclusion: The use of IMV increases the chances of patients presenting scores = 2 on the PFCS scale. In addition, IMV use, BMI, hospital admission, and ICU admission are associated with worse functional outcomes when assessed by PCFS.