Uso de óleos essenciais como antiparasitários de Neobenedenia sp presente na tainha Mugil liza

Abstract

As práticas intensivas e semi-intensivas de produção na piscicultura vêm causando aumento na incidência de doenças. Entre os agentes causadores, os ectoparasitos da classe Monogenea causam várias alterações epiteliais e hematológicas nos hospedeiros. Na aquicultura, o uso de produtos químicos tem sido uma das formas mais utilizadas de controlar e tratar doenças, porém os produtos fitoterápicos como os óleos essenciais vêm ganhando destaque no controle de enfermidades em peixes. O objetivo do primeiro estudo foi encontrar a concentração ideal de fitoterápicos e quimioterápicos contra Neobenedenia sp. in vitro. Os parasitos foram coletados de reprodutores de tainhas Mugil liza. Foram realizados testes in vitro com soluções de óleos essenciais de Lippia alba, L. origanoides, L. sidoides e Mentha piperita (100, 200, 300, 400, 500, 600 e 700 mg L- 1), formolalina (100, 200, 300, 400, 500, 600 e 700 mg L-1), permanganato de potássio (1,5, 2,5, 3,5, 4 e 5 mg L-1), peróxido de hidrogênio (90, 180, 200, 250, 300 e 350 mg L-1) e cloreto de sódio (0, 5 e 10 mg L-1). Os tratamentos com 100% de mortalidade do parasito foram nas concentrações de 600 e 700 mg L-1 de L. origanoides (1 min) e 350 mg L-1 (3 min) de peróxido de hidrogênio. Esse estudo mostrou diferenças na dose-resposta dos produtos testados para Neobenedenia de tainha. O objetivo do segundo estudo foi utilizar uma ração suplementada com óleo essencial de L. origanoides, como antiparasitário de Neobenedenia sp. Foram 4 tratamentos e um controle (em triplicata) com densidade de 10 peixes por tanque e alimentados com ração contendo óleo essencial nas seguintes concentrações: 0,5, 1,0, 1,5 e 2,0%. Os juvenis de tainha foram alimentados quatro vezes ao dia por 77 dias. Ao final do experimento foram realizadas a biometria de todos os peixes, coleta dos parasitos e coleta de sangue, para posterior análise. Os índices parasitológicos de M. liza alimentadas com as dietas contendo o óleo foram semelhantes aos dos peixes do controle. Os maiores valores de abundância e intensidade média de parasitismo foram registrados no tratamento controle. As concentrações de 1,0 e 1,5% tiveram um único indivíduo que não apresentou parasitos em sua superfície corporal. As concentrações testadas do óleo de L. origanoides suplementado na ração em juvenis de tainha M. liza não foram eficazes na eliminação do monogenoide Neobenedenia sp. Portanto, não recomendamos a utilização desse tratamento.

Abstract: The Intensive and semi-intensive production practices have been causing an increase in the incidence of diseases. Among the causative agents, Monogenea cause several epithelial and haematological alterations in the hosts. In aquaculture, the use of chemicals has been one of the most used ways to control and treat diseases, but herbal products such as essential oils have been gaining prominence in controlling diseases in fish. The objective of the first study was to find the ideal concentration of herbal and chemotherapeutic drugs, for the mortality of parasites, in the shortest possible time. The parasites were collected from mullets (Mugil liza) broodstock. In vitro tests were performed with oil solutions of Lippia alba, L. origanoides, L. cidoides and Mentha piperita (100, 200, 300, 400, 500, 600 and 700 mg L-1), formaldehyde (100, 200, 300, 400 , 500, 600 and 700 mg L-1), potassium permanganate (1.5, 2.5, 3.5, 4 and 5 mg L-1), hydrogen peroxide (90, 180, 200, 250, 300 and 350 mg L-1) and salinities (0, 5 and 10 mg L-1). The 100% effective treatments occurred at concentrations of 600 and 700 mg L-1 of L. origanoides (1 min) and 350 mg L-1 (3 min) of hydrogen peroxide. This study showed differences in the dose-response of the products tested for Neobenedenia parasite of the mullet. The objective of the second study was to use L. origanoides essential oil as an antiparasitic against Neobenedenea sp, supplemented in the feed. Four treatments and one control (in triplicate) were carried out with a density of 10 mullet juveniles per tank and fed a diet with essential oil at the following concentrations: 0, 0.5, 1.0, 1.5 and 2.0%. The fish were fed four times a day for 77 days. At the end of the experiment, all the fish were measured, parasites were collected, and blood was sampled for further analysis. The parasitological indices of M. liza fed diets with essential oil were similar to the non-treated fish. The highest parasite abundance and average intensity values were registered in the control. The treatments 1.0 and 1.5% had a single specimen that did not present parasites on its body surface. The tested concentrations of L. origanoides supplemented in the diet of M. liza mullet juveniles were not effective in eliminating the monogenoid Neobenedenia sp.