Ensino (Ter)remoto Emergencial: Condições imediatas e estruturais/mediadas do trabalho do professor de Sociologia nas escolas de educação básica de Santa Catarina durante a pandemia de Covid-19

Abstract

O trabalho de pesquisa exposto nesta monografia teve como objetivo conhecer as condições de trabalho de docentes da disciplina de Sociologia na educação básica da rede pública estadual de Santa Catarina, durante os dois primeiros anos de pandemia da Covid-19. A exposição trata das implicações pedagógicas causadas pela implementação do Ensino Remoto Emergencial durante este mesmo período. A interpretação acerca da problemática foi fundamentada teoricamente na perspectiva da Pedagogia Histórico-Crítica e nas contribuições das Ciências Sociais para as temáticas do trabalho e precarização da vida. Os dados construídos nesta pesquisa surgiram da realização de entrevistas semiestruturadas com educadores da rede estadual, além de uma revisão bibliográfica que procurou conectar as vozes destes trabalhadores com conhecimentos das áreas da Educação e das Ciências Sociais. Na análise dos resultados da pesquisa, o trabalho encontrou algumas respostas acerca da atuação ineficaz e caótica do governo do Estado, orientada pelos interesses da classe proprietária, e de sua responsabilidade no que concerne ao suporte e à estruturação das condições de trabalho para o setor da educação pública durante a pandemia. Ao mesmo tempo, aponta para os limites educativos do ensino remoto e para as possibilidades de um trabalho docente que corresponda às funções sociais da escola e se volte para uma educação crítica, que vislumbre a transformação social.

The research work presented in this monograph aimed to know the working conditions of Sociology teachers in basic education in the state public network of Santa Catarina, during the first two years of the Covid-19 pandemic. The exhibition deals with the pedagogical implications caused by the implementation of Emergency Remote Teaching during this same period. The interpretation of the problem was theoretically based on the perspective of Historical-Critical Pedagogy and on the contributions of Social Sciences to the themes of work and precariousness of life. The data constructed in this research emerged from semi-structured interviews with educators from the state network, in addition to a bibliographical review that sought to connect the voices of these workers with knowledge in the areas of Education and Social Sciences. In the analysis of the research results, the work found some answers about the ineffective and chaotic performance of the State government, guided by the interests of the proprietary class, and its responsibility with regard to the support and structuring of working conditions for the sector of public education during the pandemic. At the same time, it points to the educational limits of remote teaching and to the possibilities of a teaching work that corresponds to the social functions of the school and turns to a critical education, which envisions social transformation.