Abstract:
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O presente trabalho de monografia empenha-se na descrição das mudanças nas estruturas produtivas e seus impactos não-neutros ao gênero no mercado de trabalho. Neste esforço, toma-se como partida a perspectiva da Complexidade Econômica em consonância com a Economia Feminista. Contrastando dois países extremos do ranking de complexidade econômica (Japão e Nigéria) e o Brasil, observa-se a existência de barreiras culturais que, ao condicionarem uma divisão assimétrica dos postos de trabalho criados pelas estruturas produtivas, reforçam a ideia de que somente mudanças econômicas são insuficientes para promoverem maior equidade de gênero. Isso ocorre porque as mulheres tendem aos postos de trabalho de menor conhecimento produtivo/circuitos inferiores de capital, enquanto os homens estão concentrados nos setores mais sofisticados e nos fluxos financeiros, o que é uma manifestação do cruzamento de diferentes marcadores sociais: raça, casta, religião ou outro fator que demarque uma desigualdade dentro de uma cultura. Assim, alega-se que, para que os ganhos das transformações gerem efeitos positivos para homens e mulheres, são necessárias mudanças institucionais que viabilizem maior simetria na estrutura de gênero. |