Meio ambiente e o ensino de sociologia: as possibilidades de uma educação ambiental crítica na educação básica de Santa Catarina

Abstract

A Educação Ambiental tem possibilitado de forma considerável estudos e pesquisas com o intuito de propor e refletir, em especial na disciplina de Sociologia, a relação sustentável entre o ser humano, a vida social e o meio ambiente. Toda atividade humana em sociedade implica a exploração de recursos naturais, e repensar tais práticas e conceitos será de extrema necessidade para a continuação e sobrevivência da espécie. Na lei federal de Política Nacional de Educação Ambiental de 1999 (Lei n. 9.795) consta que a Educação Ambiental deve ser abordada em todos os níveis e modalidades do processo educativo, tanto na educação formal quanto na informal. Entretanto, por força da lei, a Educação Ambiental não deve ser implantada como disciplina específica nos currículos, mas “como uma prática educativa integrada, contínua e permanente” no ensino formal. A inclusão da temática “meio ambiente” é relativamente recente na Sociologia. Em meados da década de 1970, no contexto da crise capitalista, cresceu sua propagação, em virtude dos cada vez mais graves impactos socioambientais típicos do modelo de produção vigente. A Sociologia Ambiental permite um debate muito amplo sobre as relações entre meio ambiente e sociedade. Discussões sobre questões socioambientais, ocupação urbana e doenças emergentes, extração dos recursos naturais e etapas de produção, consumo e descarte de resíduos, produção e precariedade do trabalho, poder público e sociedade civil na manutenção do ambiente são exemplos de temas sociais relevantes que poderiam ser abordados durante o ano letivo na disciplina de Sociologia na educação básica, sob a ótica da Educação Ambiental Crítica. O objetivo desse trabalho foi analisar como se realiza a Educação Ambiental na disciplina de Sociologia, em escolas de educação básica da rede pública do Estado de Santa Catarina, assim como apontar as possibilidades de ensino para uma educação ambiental crítica nas escolas, como fundamento da Pedagogia Histórico Crítica.

Environmental Education has considerably enabled studies and research in order to propose and reflect, especially in the discipline of Sociology, the sustainable relationship between human beings, the social life and the environment. All human activity in society implies the exploitation of natural resources, and rethinking such practices and concepts will be extremely necessary for the continuation and survival of the species. The federal law of the National Policy on Environmental Education of 1999 (Law n. 9,795) states that Environmental Education must be addressed at all levels and modalities of the educational process, both in formal and informal education. However, by law, Environmental Education should not be implemented as a specific subject in the curricula, but “as an integrated, continuous and permanent educational practice” in formal education. The inclusion of the environment theme is current in Sociology. In the mid-1970s, it culminated in its propagation, due to the fragility of the current production model with the environment, where it has demonstrated strong socio-environmental impacts. Environmental Sociology, allow a very broad debate on the relationship between environment and society. Discussions on socio-environmental issues, urban occupation and emerging diseases, extraction of natural resources and stages of production, consumption and disposal of waste, production and precariousness of work, public authorities and civil society in maintaining the environment are examples of relevant social issues that could be addressed during the school year in the discipline of Sociology in Basic Education, from the perspective of Critical Environmental Education. The objective of this work was to analyze how Environmental Education is carried out in the discipline of Sociology, in basic education schools in the public network of the state of Santa Catarina.