Impactos Ambientais da Construção e Operação de Usinas Hidrelétricas Reversíveis no Brasil

Abstract

The increase in the insertion of Variable Renewable Energies (VRE), such as wind and solar, in the electricity grid inserts uncertainties regarding the balance between electricity supply and demand in an efficient and sustainable manner. Pumped Storage Hydropower (PSH) plants emerge as an alternative to energy storage without the need for investment in fossil fuels. This type of enterprise differs from conventional hydroelectric plants due to the existence of two water reservoirs at different levels. Also known as water batteries, PSHs already total more than 160.000 MW in storage capacity in developments spread across four continents. In this work, a literature review was carried out with the objective of analyzing the environmental impacts that may be caused by the construction and operation of Reversible Hydroelectric Power Plants in Brazil, in addition to exposing the opportunities and challenges of this energy storage technology. In addition, the study brings the Life Cycle Assessment (LCA) approach as a tool to support decision and analyze the environmental performance of PSHs. The qualitative quantitative analysis of environmental impacts allowed identifying energy generation as the main positive effect and alteration of the population structure of ichthyofauna, fragmentation and loss of natural habitats, loss of productive areas and change in water quality as the main negative impacts of the construction and operation of PSHs in Brazil. The study also highlights the need to evaluate the impacts caused by the materials used in the conduits and turbines, in addition to the notoriety of the type of energy used in pumping for the environmental performance evaluation of the enterprise. Finally, we highlight the importance of studying the characteristics of the project and the region in which the project will be implemented to identify the environmental impacts caused.

Com a inserção de novas fontes de Energias Renováveis Variáveis (ERV), como eólica e solar, na matriz elétrica brasileira surgem incertezas no que concerne o equilíbrio entre a oferta e a demanda de eletricidade, de forma eficiente e sustentável. As Usinas Hidrelétricas Reversíveis (UHR) surgem como uma alternativa para o armazenamento de energia sem que haja necessidade de investimento em combustíveis fósseis. Esse tipo de empreendimento se diferencia das Usinas Hidrelétricas Convencionais (UHE) devido a existência de dois reservatórios de água, em diferentes níveis. Nas UHRs a água é transportada do reservatório inferior para o superior, por bombeamento, em períodos de menor demanda de eletricidade. Também conhecidas como baterias de água, as UHRs já somam mais de 160.000 MW em capacidade de armazenamento em empreendimentos distribuídos por quatro continentes. Neste trabalho, realizou-se uma revisão de literaturas com o objetivo de analisar os impactos ambientais que poderão ser causados pela construção e operação de Usinas Hidrelétricas Reversíveis no Brasil, além de expor as oportunidades e desafios dessa tecnologia de armazenamento de energia. Ademais, o estudo traz a abordagem da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) como ferramenta de apoio de decisão e análise do desempenho ambiental de UHRs. A realização da análise quali-quantitativa dos impactos ambientais permitiu identificar a geração de energia como principal efeito positivo e alteração da estrutura populacional da ictiofauna, fragmentação e perda de habitats naturais, perda de áreas produtivas e alteração de qualidade das águas como principais impactos negativos da construção e operação de UHRs no Brasil. O estudo destaca, também, a necessidade da avaliação dos impactos causados pelos materiais utilizados nos condutos e turbinas, além da notoriedade do tipo de energia utilizada no bombeamento para a avaliação desempenho ambiental do empreendimento. Por fim, destaca se a importância do estudo das características do projeto e da região em que o empreendimento será implementado para a identificação dos impactos ambientais causados. Além disso, conclui que a ACV não pode ser usada como ferramenta única e a realização do EIA é primordial para o estudo de impactos ambientais de empreendimentos hidrelétricos.