Abstract:
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Este texto não tem a pretensão de classificar ou enquadrar a obesidade nos mesmos moldes da deficiência, porém, a partir do corpo obeso queremos estabelecer um diálogo tensivo com a construção social da diferença e dos estigmas mediados a partir dela. Com o foco no estigma gerado a partir do corpo obeso4 traremos ao palco algumas reflexões que se fundam sob o mesmo imaginário cultural que sustentam as tramas da (in)exclusão. Nesse contexto, discutiremos o estigma sofrido pelo obeso dentro de uma cultura que cada vez mais valoriza os “sarados e malhados”, na qual, a gordura virou vilã e o obeso a vítima de discriminação por não se enquadrar dentro dos padrões de beleza fabricados pelo contexto cultural. O corpo obeso é entendido como algo doente, impossibilitado, limitado e indesejado, ou seja, ele é percebido como deficiente no sentido de não ser eficiente o suficiente para ser enquadrado nos padrões de normalidade, bem como no que se referem à esfera do mundo produtivo. É a partir deste momento que podemos compreender a inserção do obeso no processo de (in)exclusão, tendo em vista uma sociedade que promove os ditos belos e esbeltos e rebaixa os feios e gordos. |