Experiências de gestação e parto de mulheres lésbicas e bissexuais

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Experiências de gestação e parto de mulheres lésbicas e bissexuais

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dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.advisor Pires, Rodrigo Otávio Moretti
dc.contributor.author Ril, Stephany Yolanda
dc.date.accessioned 2022-02-14T13:25:31Z
dc.date.available 2022-02-14T13:25:31Z
dc.date.issued 2020
dc.identifier.other 374105
dc.identifier.uri https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/230878
dc.description Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2020.
dc.description.abstract Hoje em dia, a internet possui importante destaque como espaço de práticas sociais, sendo seus usos parte do cotidiano da maioria da população mundial, com centralidade e protagonismo, situam-se as mídias sociais que proporcionam interações simultâneas entre as (os) participantes. Cada mídia social tem sua própria característica e função social, na plataforma Instagram, por exemplo, são utilizadas hashtags para englobar publicações de acordo com determinadas temáticas. Foi neste espaço, que descobriu-se o uso da hashtag #duplamaternidade por um número significativo de perfis de casais de mulheres cisgênero lésbicas e bissexuais, com a intenção de visibilizar a existência de suas famílias. A utilização da hashtag, como estratégia política para diminuir as lacunas existentes entre o reconhecimento legal e/ou formal e o reconhecimento social do direito à maternidade, demonstra o processo de incorporação das tecnologias como importantes ferramentas de mobilização social na luta por cidadania sexual. Sendo assim, este estudo qualitativo teve o objetivo de analisar as experiências de gestação e parto em casais de mulheres cisgênero lésbicas e bissexuais. Para tanto, foram realizadas entrevistas abertas assíncronas, via WhatsApp, com 09 mulheres que vivenciaram o processo de gestação e parto. Além das entrevistas, foi empreendido um grupo focal assíncrono, com a participação de 06 informantes. Todas as mensagens de áudios foram salvas e transcritas na íntegra. Além das coletas de dados empíricos, foi executada uma exploração em grupos de discussão de feminismos, maternidades e LGBTQI+ do Facebook, a fim de identificar como as pautas de casais de duas mulheres aparecem nesses espaços. Para a análise dos dados empregou-se a técnica de análise temática proposta por Minayo (2010). Os resultados indicam que o acesso ao direito reprodutivo, para mulheres lésbicas e bissexuais, ainda encontra muitas barreiras, possivelmente sustentadas pela matriz heterossexual que agencia as relações societárias. Com relação aos serviços de saúde reprodutiva, ressalta-se que as experiências retratadas estiveram marcadas por momentos em que as mulheres participantes foram interpeladas pelas (os) profissionais de saúde, com perguntas que indicam interesse excessivo sobre suas realidades. Além da existência de formulários que utilizam-se de comunicação heteronormativa. Apesar do reconhecimento legal da dupla maternidade, foi observado dificuldades para a emissão das certidões de nascimentos, marcadas por situações de constrangimento, solicitação de documentos sem embasamento legal, principalmente, a necessidade de realização de casamento civil entre as mães, requisitos inexistentes em casos de parentalidade heterossexual. Outro ponto de relevância, é a luta constante pelo reconhecimento social da dupla maternidade, permeada pela invisibilidade da maternidade da mãe não gestante, que tem sua relação com a criança questionada por familiares, profissionais de saúde, e sociedade em geral. Suspeita-se que a dificuldade de reconhecimento enfrentada por essas famílias, têm múltiplas causalidades, como a homofobia, a heteronormatividade, o biologicismo que orienta o ideário de parentalidade em nossas sociedades, e o entendimento ocidental de que a maternidade é inaugurada através das vivências de gestação e de parto.
dc.description.abstract Abstract: Currently, the internet has an important eminence as a space for social practices, its uses being part of the daily life of the majority of the world?s population, with centrality and protagonism, there are social media that provide simultaneous interactions between participants. Each social media has its own characteristic and social function, on the Instagram platform, for example, hashtags are used to encompass publications according to certain themes. It was in this platform that the use of the hashtag #duplamaternidade was discovered by a significant number of lesbian and bisexual cisgender women profiles, with the intention of making visible the existence of their families. The use of the hashtag, as a political strategy to link the gaps between legal and / or formal recognition and the social recognition of the right to maternity, demonstrates the process of incorporating technologies as important tools for social mobilization in the fight for sexual citizenship. Therefore, this qualitative study aimed to analyze the experiences of pregnancy and childbirth in couples of lesbian and bisexual cisgender women. Were conducted open asynchronous interviews, via WhatsApp, with 09 women who experienced the process of pregnancy and childbirth. In addition to the interviews, an asynchronous focus group was undertaken, with the participation of 06 informants. All audio messages were saved and fully transcribed. Besides the collection of empirical data, an exploration of feminism, maternity and LGBTQI + discussion groups on Facebook was carried out in order to identify how the guidelines for couples of two woman appear in these spaces. For data analysis, the thematic analysis technique proposed by Minayo (2010). The results indicate that the access to reproductive rights, for lesbian and bisexual women, still faces many barriers, possibly sustained by the heterosexual matrix that governs corporate relations. Regarding reproductive health services, it is noteworthy that the experiences portrayed were marked by moments when the participating women were asked by health professionals, with questions that indicate excessive interest in their realities. In addition to the existence of forms that use heteronormative communication. Despite the legal recognition of dual maternity, difficulties were observed in the issue of birth certificates, marked by embarrassment situations, request for documents without legal basis, mainly, the need for civil marriage between mothers, requirements that do not exist in cases of heterosexual parenting. Another point of relevance is the constant struggle for social recognition of double motherhood, permeated by the invisibility of motherhood for non-pregnant mothers, who have their relationship with the child questioned by family members, health professionals, and society in general. It is suspected that the difficulties of recognition faced by these families, have multiple causalities, such as homophobia, heteronormativity, biologicism that guides the parenting idea in our societies, and the western understanding that motherhood is inaugurated through the experiences of pregnancy and childbirth. en
dc.format.extent 66 p.| il.
dc.language.iso por
dc.subject.classification Saúde coletiva
dc.subject.classification Direitos sexuais
dc.subject.classification Direitos reprodutivos
dc.subject.classification Cidadania
dc.subject.classification Maternidade
dc.subject.classification Lésbicas
dc.subject.classification Bissexuais
dc.title Experiências de gestação e parto de mulheres lésbicas e bissexuais
dc.type Dissertação (Mestrado)


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