Diferentes tipos de exercício físico no tratamento de dor lombar crônica: um mapa de evidência

Abstract

A dor lombar crônica (DLC) é uma condição incapacitante, que movimenta bilhões em gastos diretos com saúde e indiretos com incapacidade e afastamento do trabalho. O exercício físico é altamente recomendado pelos guias clínicos e tem se mostrado uma intervenção de baixo custo, e alta efetividade para melhora dos quadros clínicos, no entanto ainda é pouco preconizado no tratamento de base, e a escolha entre os diferentes tipos pode facilitar a adesão do paciente e do clínico para melhor evidência disponível. O objetivo desse estudo foi criar um mapa de evidência a partir dos tipos diferentes de exercícios físicos encontrados nas revisões sistemáticas e avaliar o nível de confiança das revisões. Para tanto, foi empregado a metodologia de mapa de evidência usado pela Biblioteca Regional de Medicina (BIREME). Realizamos uma revisão sistemática a partir dos descritores em português, inglês e espanhol, a partir de 2010. A pesquisa nas bases de dados da Pubmed, Cochrane Library, Web of Science, Scopus, Embase, PsycINFO, Physiotherapy Evidence Database, Cinahl e Biblioteca Virtual em Saúde, foram conduzidas em janeiro de 2021. O nível de confiança foi analisado através da avalição da qualidade das revisões usando o AMSTAR 2 e a construção do mapa pelo software Tableau Public. Dos 1983 registros recuperados, foram incluídas 31 revisões sistemáticas, passando pelos diversos tipos de exercícios físicos e resultados. Apenas 2 revisões tiveram critério alto de confiança, 3 de nível baixo e os demais de nível criticamente baixo. A grande maioria das revisões se concentrou em exercícios de coordenação/estabilização, cardiorrespiratórios e yoga. Os resultados mais comuns foram dor, incapacidade e qualidade de vida, utilizando instrumentos de autorrelato. Os desfechos menos frequentes foram depressão e ansiedade, marcadores biológicos e uso de medicação. Embora a qualidade das revisões não tenha sido alta, os achados encontrados corroboram com as intervenções indicadas pelos principais guias clínicos. Sugerimos direcionamento de pesquisas futuras para avaliação de diferentes desfechos em outros tipos diferentes de exercícios físicos, como forma de investigar o papel desses na pluralidade da DLC e trazer possibilidades na tomada de decisão do clínico junto ao paciente.

Abstract: Chronic low back pain (CLBP) is a disabling condition that involves billions in direct health and indirect expenses with disability and absence from work. Highly recommended by clinical guidelines, exercise has been included as low-cost and highly effective intervention to improve clinical conditions however is poorly recommended as primary treatment and choosing between different types can facilitate patient and clinician adherence to the best available evidence. The aim of this study was to create an evidence map of the different types of exercises and outcomes found in systematic reviews and assess their confidence level. For this purpose, the methodology purpose by the Regional Library of Medicine (BIREME) was used. We carried out a systematic review based on the descriptors in portuguese, english and spanish, from 2010 onset. The search was conducted in databases of Pubmed, Cochrane Library, Web of Science, Scopus, Embase, PsycINFO, Physiotherapy Evidence Database, Cinahl and Virtual Library in Health, in January 2021. The level of confidence was analyzed by assessing the quality of reviews using AMSTAR 2 and the construction of the map by the Tableau Public software. Of the 1983 records retrieved, 31 systematic reviews were included, crossing different types of exercises and results. Only 2 reviews have high confidence criteria, 3 reviews low level and the others, critically low level. The largest proportion of reviews focused on coordination/stabilization exercises, cardiorespiratory exercises, and yoga. The most common results were pain, disability and quality of life, using self-report instruments. Less frequent outcomes were depression and anxiety, biological markers and medication use. Although the quality of the reviews was not high, findings corroborate the measures indicated by the clinical guidelines. We suggest directing future research to assess different outcomes in other different types of physical exercises, to investigate their role in the plurality of CLBP and bring possibilities in the clinician?s decision-making with the patient.