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Este estudo foi construído a partir de uma revisão bibliográfica e uma pesquisa de campo
realizada com os reclusos da Penitenciária Masculina do Vale do Itajaí, que mesclou a
abordagem quantitativa e qualitativa. O objetivo traçado foi o de analisar o impacto que a
pandemia da Covid-19 trouxe à população carcerária e para a atuação do Serviço Social nesse
espaço. Para tanto contextualizamos o sistema prisional, sua origem, estrutura, contradições,
funcionalidade ao sistema capitalista, e a partir dos relatos dos reclusos foi possível elencar
debates que circunscrevem as problemáticas existentes no cárcere. A partir disso, discutimos a
nova realidade que a pandemia da Covid-19 impôs ao sistema prisional, mediante as
alterações deliberadas pelas portarias do Departamento de Administração Prisional. Tais
alterações impactaram diretamente o cotidiano dos reclusos, trazendo consequências de ordem
objetiva e subjetiva à vida destes. A partir dos relatos dos internos sobre tais alterações, foi
possível estabelecer discussões que permeiam a importância do vínculo familiar, do
atendimento presencial dado pelo Serviço Social, do acesso ao estudo, trabalho, entre outros.
Constatamos que a intensificação do isolamento social vivenciado pelos reclusos refletiu
significativamente na saúde mental destes, corroborando para o surgimento de sentimentos de
ordem negativa. Em relação à atuação do Serviço Social neste campo sócio-ocupacional
durante a pandemia da Covid-19, foi possível conhecer os reflexos deste contexto à prática
profissional, assim como observar a importância de uma atuação crítica dentro de um sistema
permeado por concepções desumanizadas. Mediante os apontamentos realizados pelos
próprios reclusos sobre o Serviço Social, confirmamos a importância da atuação deste
profissional para a vida carcerária, para o acesso aos direitos previstos em lei e para o
fortalecimento do vínculo familiar, com enfoque no período de pandemia. |
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