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O corpo é um universo que ainda tem muito a ser explorado para ser desvendado. A íntegra-ação entre pensar-sentir-agir traduz uma dinâmica das mais complexas. Algumas sensações ainda não podem ser totalmente explicadas através da linguagem e do pensamento lógico, elas precisam ser vivenciadas. Na sociedade contemporânea ocidental existe uma grande tendência de fragmentar, mecanizar e automatizar vários aspectos da vida, inclusive o corpo humano. Dentro dessa lógica fica difícil perceber as interações entre as partes, as redes e sistemas que envolvem e conectam as diferentes estruturas internas. Entretanto, essa visão está se modificando em vários segmentos para uma abordagem holística e integrativa, que vem ganhando força no que diz respeito ao entendimento do corpo humano, evidenciando a importância de valorizar a totalidade. Nessa perspectiva, o estudo sobre o sistema fascial tem se desenvolvido mostrando que o conhecimento sobre esse sistema provavelmente é capaz de mudar o entendimento que se tem em relação ao corpo humano, pois ele protege, conecta, une, abraça e organiza o corpo inteiro, permeando cada uma de nossas estruturas enquanto executa funções muito importantes no nosso corpo. Essa mesma visão que busca unir e integrar todos os nossos aspectos é o objetivo da prática de Yoga, transformando-se em um processo de autoconhecimento e auto-observação constante, capaz de enriquecer e abrilhantar a nossa experiência de vida. Dessa forma, o objetivo geral desse estudo é construir um entendimento acerca das conexões do sistema fascial com as práticas de Yoga, sendo o eixo dessa conexão a auto-observação. Quanto aos objetivos específicos, a pretensão é a) compreender a dinâmica do sistema fascial no corpo humano e o seu papel na propriocepção e na interocepção, b) caracterizar a prática de Yoga e apontar a percepção de integração do sujeito. Trata-se assim, de uma pesquisa qualitativa exploratória de caráter bibliográfico, direcionada aos diferentes aspectos da estrutura da fáscia, seu papel conectivo, bem como sua contribuição para os sistemas de propriocepção e interocepção, e as suas conexões com a prática de Yoga, capazes de apoiar a auto-observação. No decorrer do levantamento teórico foi realizada a interpretação das informações que levaram às conclusões resultantes dessa pesquisa. Como resultado, foram encontradas cinco perspectivas que podem ser apontadas como as cinco principais conexões entre o sistema fascial e a prática de Yoga, capazes de apoiar a auto-observação, ou seja, que ajudam na sensibilização do sutil. Essas conexões foram intituladas como: “visão integrativa do eu”; “propriocepção e consciência integral”; “interocepção e emoções”; “saúde da dinâmica interna” e “percepções sutis”. Com as conexões resultantes desse trabalho, foi visto que ao incentivar a auto-observação é possível se aproximar das experiências sutis e para que essa consciência interna seja possível, notou-se a importância dos sistemas proprioceptivo e interoceptivo. E além disso, para manter e preservar o equilíbrio desse sistema, observou-se a importância da manutenção da saúde da dinâmica interna. |
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