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O gênero Scleria (P. J. Bergius) compõe a tribo monotípica Scleriae, é o quinto maior gênero de Cyperaceae, com aproximadamente 250 espécies. Sua importância econômica se dá por meio das diversas funções apresentadas por diferentes espécies, como fins medicinais, alimentação humana e animal, fabricação de materiais derivados das fibras e em usos sociais como religiosos e afrodisíacos. O objetivo deste trabalho é reunir, através de revisão bibliográfica, informações anatômicas de folhas de espécies de Scleria, sob um contexto filogenético, destacando caracteres que caracterizam o gênero e suas seções, bem como entender a evolução desses caracteres em Scleria. Foram realizadas revisões bibliográficas e obtenção de sequências de ITS, ndhF e rps16 no portal NCBI. Em seguida, geramos uma hipótese filogenética com base nos alinhamentos adquiridos. Por fim, com base na matriz de caracteres anatômicos, foi realizada a reconstrução dos estados de caracteres ancestrais. Foram selecionadas 37 espécies e uma matriz contendo 17 caracteres anatômicos. Nós geramos uma hipótese filogenética, onde resgatamos 11 seções monofiléticas em Scleria, os caracteres anatômicos tiveram sua reconstrução de estado analisada individualmente. Destacamos aqui que o ancestral comum mais recente de Scleria não apresentava alas na lâmina foliar, porém a presença de alas é uma sinapomorfia para o clado que inclui as seções Abortivae, Ophryoscleria, Scleria e Schizolepsis. A presença do esclerênquima abaxial da nervura mediana tipo coluna descendente-crescentiforme, mostra grande probabilidade de ser uma característica ancestral comum para a seção Hypoporum. Assim como o tipo coluna ascendente-crescentiforme, seria o tipo presente no ancestral comum para várias seções. A presença de esclerênquima adaxial associado ao feixe vascular da nervura central em formato de coluna pulviniforme tem grande probabilidade de ser também uma característica ancestral comum para a seção Hypoporum. O tipo capa é uma característica ancestral comum em alguns nós, bem como a ausência deste. Nossos resultados também mostram que o ancestral comum mais recente de Scleria provavelmente não apresentava cavidades de ar, surgindo apenas em alguns terminais de alguns clados. Através deste estudo percebemos que a anatomia foliar é capaz de fornecer dados adicionais para melhor compreender as relações filogenéticas e a evolução em Scleria. Salienta-se ainda a necessidade de estudos com maior número de espécies e com descrições anatômicas mais completas e ilustradas em Cyperaceae, sobretudo em Scleria, representando assim a diversidade do grupo. |
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