Representações sociais e a experiência de quarentena entre idosos catarinenses

Abstract

Este estudo teve como objetivo caracterizar, à luz da Teoria das Representações Sociais, a experiência da quarentena decorrente da pandemia do COVID-19 entre os idosos de Santa Catarina. Além disso, pretendeu-se caracterizar o apoio social recebido pelos idosos durante este período, identificar nível de inclusão digital, levantar indicadores de qualidade de vida como também relacionar tais variáveis aos aspectos da Teoria Lifespan. Para isso, 301 participantes responderam a um questionário autoaplicado online, composto por questões abertas e fechadas relativas à experiência do distanciamento social, a escala de qualidade de vida no idoso (WHOQOL-OLD) e a Versão Portuguesa da Escala Breve de Redes Sociais de Lubben (LSNS-6). Os participantes foram em maioria mulheres, brancas, casadas, com alto grau de escolaridade, renda e inclusão digital. Além disso, os resultados indicam que os participantes apresentam qualidade de vida regular, sendo que todas as facetas da escala (WHOQOL-OLD) tiveram levemente acima do ponto médio. Ainda, 34,6% dos participantes tinham baixo apoio social e a rede social de amizades foi significativamente menor que a rede social família. A partir da análise de conteúdo categorial-temática das questões abertas, constatou-se que as representações sociais dos idosos acerca da quarentena foram descritas a partir de atitudes, sendo que houve uma prevalência de atitudes negativas, como também diferentes ancoragens entre homens e mulheres. De modo geral, mesmo que os idosos descrevam predominantemente a experiência da quarentena a partir de atitudes negativas, esse período de distanciamento foi experienciado com perdas e ganhos, exigindo a manutenção e elaboração de estratégias para o seu enfrentamento.