Manifestações de Junho de 2013 em São Paulo: Uma Análise da Atuação do Movimento Passe Livre entre os dias 6 e 19

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Manifestações de Junho de 2013 em São Paulo: Uma Análise da Atuação do Movimento Passe Livre entre os dias 6 e 19

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Título: Manifestações de Junho de 2013 em São Paulo: Uma Análise da Atuação do Movimento Passe Livre entre os dias 6 e 19
Autor: Azor, Matheus Natera
Resumo: A partir da relação entre a emergência dos novíssimos movimentos sociais e da pesquisa qualitativa de reportagens, documentários, entrevistas e obras acadêmicas que retratam o período das manifestações de Junho de 2013 no Brasil, este trabalho busca montar uma descrição sócio-histórica dos acontecimentos, destacando as narrativas propostas pelo Movimento Passe Livre – MPL. Desta forma, investigamos se há ou não mudança em seu posicionamento e em sua capacidade de agência sobre os protestos. O objetivo deste trabalho é analisar, com base nos conceitos de Edward P. Thompson, a atuação do MPL entre os dias 6 e 19 de junho de 2013. No primeiro momento, apresentamos as características e o contexto de nosso objeto: a relação entre o MPL e a emergência das novíssimas estruturas de movimentos sociais; os valores, objetivos e táticas que compõe a atuação do movimento; as contradições e as forças sociais que operam sobre o tema dos transportes. Em seguida, descreve-se o dia a dia das manifestações, sendo separados de 06 a 13 de junho e depois de 14 a 19 de junho, onde há uma notável diferença no posicionamento do movimento e em sua capacidade de agencia sobre as mobilizações. Para a fundamentação teórica deste trabalho, foram utilizados os trabalhos de Gohn (2015,2019); as contribuições de Maricato (2013); Vainer (2013); Harvey (2013) e Pechanski (2013); diversos pronunciamentos dados e artigos escritos por membros do MPL-SP; dados coletados por Judensnaider et al. (2013). Conclui-se que a questão da mobilidade pública com enfoque no transporte é um assunto muito sensível e cotidiano na vida dos moradores de uma cidade, tendo impacto social, econômico e de tempo despendido diariamente. Ela deve ser entendida como uma pauta transversal a outras, que garante outros direitos, como também o direito de participar da cidade, da construção e reconstrução dela. O Movimento Passe Livre, como novíssimo movimento social, não se posiciona enquanto liderança do processo reivindicatório, sua principal intenção é estimular a participação popular. A partir das categorias de Thompson (1987, 1998, 2012), entendemos que a pauta dos transportes se configura como uma pauta moral, pertencente a uma comunidade de interesses compartilhada por grupos sociais. O Movimento Passe Livre, aproveita o momento de aumento das tarifas, quando os interesses de um vasto grupo social são contrariados, e organiza uma serie de mobilizações populares. Tenta se posicionar como gestor da economia moral dos protestos, articulando a indignação (um descontentamento pré-existente) de indivíduos e grupos, para efetivar ganhos sociais.Based on the relationship between the emergence of the newest social movements and the qualitative research of reports, documentaries, interviews, and academic works that portray the period, this paper seeks to put together a socio-historical description of the events, highlighting the narratives proposed by the Free Pass Movement - MPL. In this way, we investigate whether there is a change in its positioning and managing capacity over the protests. This paper aims to analyze, based on Thompson's concepts, the performance of the MPL between June 6 and 19, 2013, during the June Demonstrations. In the first moment, we present the characteristics and the context of our object: the relationship between the MPL and the emergence of the newest structures of social movements; the values, objectives, and tactics that compose the performance of the movement; the contradictions and the social forces that operate on the theme of transportation. Then, the demonstrations' day-to-day is described, separated from June 6th to June 13th and then from June 14th to 19th, where there is a notable difference in the movement's positioning and demonstrations managing capacity. For the theoretical foundation of this work, the principles of Gohn (2015, 2019) and the contributions of Maricato (2013), Vainer (2013), Harvey (2013), and Pechanski (2013) were used, as well as several pronouncements were given, and articles written by members of the MPL-SP, with also data collected by Judensnaider et al. (2013). We concluded that the issue of public mobility with a focus on transportation is a sensitive and daily matter in the city residents' lives, having a social, economic, and daily impact on time spent. It should be understood as an agenda that cuts across other agendas, which guarantees additional rights and the right to participate in the city in its construction and reconstruction. As a brand-new social movement, the Free Pass Movement does not position itself as the claiming process leader; its primary intention is to stimulate popular participation. Based on Thompson's categories (1987, 1998, 2012), we understand that the transportation agenda is configured as a moral agenda, belonging to a community of interests shared by social groups. The Free Pass Movement takes advantage of the moment of fair increases when a vast social group's interests are contradicted and organizes a series of popular mobilizations. It attempts to position itself as a manager of protests' moral economy, articulating the indignation (a pre-existing discontent) of individuals and groups to effect social gains.
Descrição: TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Curso de Ciências Sociais.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/224577
Data: 2021-05-18


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