Abstract:
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A presente pesquisa investigou a condição mental e autopercepção neuropsicológica de pacientes neurológicos internados em um hospital geral. O método consiste em uma abordagem quantitativa, descritiva e exploratória, de corte transversal. A coleta de dados foi realizada com 30 participantes adultos, sendo 18 mulheres, com média de 55 anos de idade. Utilizou-se como instrumentos um Questionário Sociodemográfico e Clínico, o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), o Inventário de Alterações Neuropsicológicas para Adultos (NEUROPSIC-R), além de consulta ao prontuário do paciente, de forma complementar. Os dados foram analisados com estatística descritiva e o teste de correlação de Pearson. Os resultados apontaram para uma variedade de diagnósticos neurológicos, com maior frequência de doenças cerebrovasculares. Observou-se influência da escolaridade nos escores do MEEM. Quanto à autopercepção neuropsicológica, constructos como independência e funcionalidade, atividade motora e labilidade emocional (com tendência ao humor deprimido) foram as principais queixas autorrelatadas. Além disso, embora os resultados não tenham indicado correlação entre os escores totais dos dois instrumentos (MEEM e NEUROPSIC-R), vários subcomponentes se relacionaram. Descritivamente, a maior parte da amostra apresentou congruência entre os escores dos dois instrumentos. Os resultados permitiram inferir que o autorrelato de alterações cognitivas não necessariamente se traduz em comprometimento cognitivo observável (ou vice-versa), podendo a percepção de alterações estar atrelada a um conjunto de fatores (orgânicos, psicológicos), além de intensificada pelo adoecimento e hospitalização. |