"A gente existe!" : ativismo e narrativas bissexuais em um coletivo monodissidente

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"A gente existe!" : ativismo e narrativas bissexuais em um coletivo monodissidente

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Título: "A gente existe!" : ativismo e narrativas bissexuais em um coletivo monodissidente
Autor: Monaco, Helena Motta
Resumo: Este trabalho tem como objeto as construções discursivas da bissexualidade e seus usos políticos a partir de um coletivo de São Paulo composto por pessoas que se consideram bissexuais ou \"monodissidentes\", isto é, dissidentes da lógica monossexual, de acordo com a qual a atração sexual é direcionada a apenas um gênero. A pesquisa foi realizada através de entrevistas semiestruturadas com 12 pessoas que participam do coletivo, além de observação participante em uma atividade presencial e análise de documentos publicados pelo coletivo. Foi constatado que parte do ativismo bi afasta-se de um \"nós\" LGBT, colocando-se como um \"nós\" monodissidente em contraste com um \"eles\" monossexual - que é tanto heterossexual quanto gay e lésbico. Adicionalmente, identificou-se que o ativismo do coletivo inclui políticas de reconhecimento, identitárias e de biolegitimidade. As ativistas reivindicam representatividade, por vezes se aproximando de estratégias assimilacionistas que buscam se aproximar de uma imagem de \"boa bissexual\", afastando-se de estereótipos de promiscuidade e confusão. Entretanto, o coletivo se coloca a favor da diversidade de práticas sexuais e contrário a um policiamento das bissexualidades. Ele adota uma política de biolegitimidade na medida em que reivindica direitos às pessoas bissexuais afirmando a existência de um sofrimento que teria origem na bifobia e as vitimizaria. Por sua vez, nas narrativas individuais, as interlocutoras utilizam a noção de \"descoberta da bissexualidade\". A ideia de \"descoberta\" evidencia uma visão essencialista da bissexualidade, contrariamente a uma ideia da sexualidade como processo ou posição política. Nessas narrativas, as interlocutoras constroem uma continuidade do \"eu\" bissexual, onde encontrar uma comunidade bissexual aparece como um fator fundamental para a construção e manutenção das subjetividades bissexuais.Abstract : The object of this study is the discursive constructions of bisexuality and its political uses from the perspective of a collective from São Paulo composed of people who consider themselves to be bisexuals or \"monodissidents\", that is, dissidents of the monosexual logic in which sexual attraction is directed to one gender only. The research was conducted through semi-structured interviews with twelve people who participate in the collective, as well as participant observation in an activity and analysis of documents published by the collective. A part of the bi activism has been found to move away from an LGBT \"us\" into a monodissident \"us\" in contrast to a monosexual \"them\" - which is heterosexual, as well as gay and lesbian. Additionally, it has been identified that the collective's activism includes policies of recognition, identity and biolegitimacy. Activists claim representativeness, sometimes approaching assimilationist strategies that seek a \"good bisexual\" image by moving away from stereotypes of promiscuity and confusion. However, the collective is in favor of the diversity of sexual practices and contrary to policing bisexual behavior. It adopts a policy of biolegitimacy claiming rights to bisexual people through the affirmation of the existence of a kind of suffering originated in bifobia which victimizes them. In their individual narratives the interlocutors use the notion of a \"discovery of bisexuality\". The idea of \"discovery\" highlights an essentialist view of bisexuality, as opposed to an idea of sexuality as a process or a political position. In these narratives, the interlocutors produce a continuity of the bisexual self, where finding a bisexual community appears as a fundamental factor for the construction and maintenance of bisexual subjectivities.
Descrição: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2020.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/216098
Data: 2020


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