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Resumo:
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As multimorbidades, caracterizadas como a presença de duas ou mais doenças crônicas, já atingem 24,2% da população brasileira. Diferentes estudos epidemiológicos indicam que as multimorbidades estão relacionadas a menor qualidade de vida, dificuldades na vida diária e maior mortalidade. Recentemente, estudos publicados fazem associação com o estado nutricional, indicando que indivíduos com excesso de peso tem maior prevalência de doenças crônicas. O objetivo do presente estudo foi testar a associação entre multimorbidades e obesidade abdominal em amostra representativa de adultos brasileiros. Foram utilizados dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). As multimorbidades foram avaliadas a partir da lista de morbidades autorreferidas disponíveis na PNS e analisadas em três grupos diferentes de doenças (vascular-metabólico, cardiopulmonar e músculo-mental). O diagnóstico nutricional de obesidade abdominal foi definido de acordo com o critério da Organização Mundial da Saúde utilizando dados de circunferência da cintura que foram aferidos pelos entrevistadores. Foram realizadas análises estatíticas descritivas e de associação por meio de regressão logística utilizando o software Stata versão 15.0. Todas as análises foram realizadas levando em consideração pesos amostrais e foram ajustadas pelas variáveis sexo, faixa etária, escolaridade, estado civil, vive com cônjuge/companheiro, cor da pele e plano de saúde. Os resultados relatam que a prevalência de multimorbidades aumenta com a idade, é maior em pessoas do sexo feminino, que possuem de 9 a 11 anos de escolaridade, de pele branca, que são solteiros, vivem com cônjuge/companheiro e não possuem plano de saúde. Em relação a associação das mutimorbidades com o estado nutricional, indivíduos obesos possuem 38% mais chances (OR=1,38 IC95%1,14;1,68) de desenvolverem multimorbidades do grupo cardiopulmonar, 142% mais chances (OR=2,42 IC95%2,26;2,59) do grupo vascular-metabólico e 45% (OR=1,45 IC95%1,34;1,56) do grupo músculo-mental do que aqueles com peso normal. Esses resultados são muito importantes para que políticas públicas de saúde sejam implementadas visando a diminuição do desenvolvimento de obesidade e de morbidades na população brasileira. |
