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Resumo:
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A planície costeira é considerada um ambiente transicional cujas características morfológicas e sedimentológicas derivam da interação entre os processos continentais e marinhos, tornando-se então, um ambiente dinâmico e sensível. Nesse contexto destaca-se na zona litorânea da planície costeira, o dinamismo do sistema praia-duna, em particular, observado a partir das variações granulométricas, que refletem a relação entre os processos geológicos e oceanográficos atuantes. O objetivo deste trabalho foi analisar a variabilidade textural do sistema praia-duna no litoral de Santa Catarina, que apresenta uma extensão de 696.937 m. Esse litoral é subdividido em cinco setores (Norte, Centro-norte, Central, Centro-sul e Sul) a partir de suas características sedimentológicas, geomorfológicas e oceanográficas, sendo registrado um total de 27 municípios costeiros, assim denominados em ordem alfabética: Araranguá, Araquari, Balneário Arroio do Silva, Balneário Barra do Sul, Balneário Camboriú, Balneário Gaivota, Balneário Rincão, Balneário Piçarras, Barra Velha, Bombinhas, Florianópolis, Garopaba, Governador Celso Ramos, Imbituba, Itajaí, Itapema, Itapoá, Jaguaruna, Laguna, Navegantes, Palhoça, Passo de Torres, Paulo Lopes, Porto Belo, Penha, São Francisco do Sul e Tijucas. Junto à linha de costa do litoral de Santa Catarina, a população residente é de 1.408.924 habitantes, totalizando 22,5% da população do estado. A metodologia utilizada nessa pesquisa inicia-se com uso do software Qgis com auxílio da ferramenta Google Satellite para definição de um transecto em cada um dos 27 municípios costeiros abrangendo os setores morfológicos da ante praia, face praial, pós-praia, duna embrionária, duna frontal e campo de dunas. Durante o trabalho de campo foram coletadas amostras superficiais de sedimentos referente a cada um destes setores e registradas suas coordenadas em UTM com uso do GPS. Além disso, características do ambiente praial como largura do pós-praia, velocidade e sentido da corrente litorânea, tipo de quebra de arrebentação e análise tátil-visual dos sedimentos foram descritas e registradas. Em laboratório, os procedimentos envolveram a lavagem das amostras, secagem em estufa a 60ºC, peneiramento de aproximadamente 50g de sedimento em um peneirador eletromagnético, separando os grãos entre cascalho, areia muito grossa, areia grossa, areia média, areia fina, areia muito fina e finos. O procedimento de pipetagem foi realizado para as amostras que apresentaram elevada concentração de sedimentos finos. O sistema praia-duna catarinense, de modo geral, exibe uma variação textural cuja tendência gradual no aumento granulométrico é observada de sul para norte. Essa diferença na granulometria apresenta uma variação na ordem de 0,5 ɸ (phi) entre os extremos litorâneos. Dentre os 5 setores litorâneos analisados, nota-se que todos possuem características granulométricas distintas. Ou seja, no interior de cada setor, a taxa de variação granulométrica não é homogênea nem linear, como é expresso considerando o litoral catarinense como um todo. A maioria dos litorais se comportam heterogeneamente quanto à variação textural, logo, é comum a ocorrência de municípios que apresentem comportamento anômalo. Com base na integração dos dados laboratoriais e as observações em campo, conclui-se que há uma relação intrínseca entre as interações hidrodinâmicas e a morfologia do litoral, caracterizando a morfodinâmica costeira, as quais juntamente com os fatores sedimentológicos, são determinantes na distribuição granolumétrica ao longo de todo o litoral de Santa Catarina. |
