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Essa pesquisa buscou investigar, através das obras de Michel Foucault, a produção de déficits no interior da classe trabalhadora que resultou na constituição de uma nova classe: as ‘classes perigosas’. Desse modo, para o escopo desenvolvido como matéria da iniciação científica realizada, tratou-se de analisar, primeiramente, o sentido atribuído à noção de ‘classes perigosas’, fornecido no diálogo encontrado em uma ‘Mesa Redonda’, ocorrida em 1972, com a participação do autor. Nesse encontro, identifica-se os usos, argumentos atribuídos e as observações realizadas por Foucault sobre as ‘classes perigosas’. Ainda para identificar e entender essa noção, assim como compreender sua produção e constituição, escolheu-se a leitura do texto ‘A Grande Internação’ e o ‘Mundo Correcional’, que fazem parte do clássico ‘História da Loucura’ (1972). A densidade apresentada nas análises dos materiais escolhidos providenciou o entendimento que a moral é utilizada como forte dispositivo na produção da fragmentação e da divisão no interior da própria classe trabalhadora – entre os bons e os maus pobres. Essa segmentação, além de produzir uma fragilidade à classe trabalhadora, produz ainda um sentimento de desprezo e desinteresse, de modo que não se reconheçam entre si. Esse longo processo de fragmentação teve como um de seus pilares a constituição das ‘classes perigosas’ como não pertencente a classe trabalhadora, fazendo com que se enxergassem até mesmo como antagonistas em seus interesses. |
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