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A disputa entre camponeses e indígenas é muito comum em várias partes do Brasil, pois as mesmas são consideradas potencialmente ricas para a produção de alimento em uma perspectiva de agronegócio moderno. Estas terras, no entanto, atendem geralmente a necessidades de comunidades específicas, sem a preocupação com o lucro ou com a produção de excedentes para comercialização. Portanto, busco entender um pouco mais sobre como se processa a agricultura indígena e a sua consequência dela no meio ambiente na qual está inserida. Desta forma com enfoque no Tekoá Itanhaém, Aldeia Morro da Palha, localizada no município de Biguaçu, estado Santa Catarina, busco analisar se as práticas agrícolas indígenas atuais ainda utilizam das técnicas milenares repassadas por gerações através de seus ancestrais. Cabe lembrar, que estas técnicas foram capazes de garantir o sustento das comunidades Guarani ao longo dos tempos e, ao mesmo tempo, mantendo uma relação de respeito com à floresta ao entorno, mantendo-a intacta e com baixo impacto em sua diversidade florística. Por outro lado, pode-se ainda questionar se a agricultura indígena já está afastada das técnicas milenares e é incapaz de garantir o sustento da sua própria comunidade. Este estudo poderá ser relevante para entendermos melhor como a aldeia Morro da Palha se relaciona com o seu passado e se ainda buscam manter a originalidade de suas práticas agrícolas. Através do entendimento se esta forma de agricultura já sofreu influência externa a tal ponto de descaracterizar por completo ou parcialmente a forma original de Guarani e se ainda é capaz de abastecer sua comunidade com alimentos, ao mesmo tempo que preserva a floresta ao seu redor. Através de relatos orais colhidos diretamente no Tekoá Itanhaém, aliado às fontes associadas a este tema, buscarei responder a esta questão e ampliar formulações teóricas sobre este assunto para o meio acadêmico. Por fim como objetivo final busco identificar pontos de convergência entre as técnicas da agricultura indígena e da SAF (Sistema Agroflorestal). Sendo assim em sintonia com as 17 metas de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, objetivo facilitar o intercâmbio de conhecimento entre as diferentes técnicas agrícolas e ajudar a difundir práticas sustentáveis de produção de alimento capazes de contribuir para erradicar a fome no mundo. Por fim, porém não menos importante, buscarei com o meu trabalho reconhecer a contribuição e o papel fundamental da agricultura indígena na criação e desenvolvimento das técnicas atuais de agrofloresta e da agricultura sintrópica. |
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