Abstract:
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O leite de vaca possui 87% de água e 13% de componentes sólidos, dentre eles 3% de proteínas, destas cerca de 80% são caseínas, e entre as estruturas orgânicas da caseína, a Beta-Caseina que corresponde à 25-35%, são dívidas em 13 variantes conhecidas onde as formas mais comuns encontradas no leite bovino são as caseínas codificadas pelos alelos A1 e A2. A digestão da beta caseína A1 resulta em um peptídeo bioativo relacionado a várias doenças em humanos. A beta caseína A2 não resulta neste mesmo produto bioativo quando digerida, portanto leites com maiores quantidades de beta caseína A2 tem probabilidade menor de causaram os mesmos problemas de saúde que o leite com a beta caseína A1. Algumas raças bovinas produzem maior quantidade da variante A2 que a A1, a raça Crioula Lageana, é uma raça de duplo propósito com grande interesse econômico para a Planalto Serrano Catarinense, contudo não possui na literatura, trabalhos que indiquem as frequências desses alelos. O objetivo deste estudo é genotipar animais da raça Crioulo Lageano, verificando a existência de polimorfismo e identificando os alelos A1 e A2 para o gene da beta-caseína, empregando a técnica de PCR- RFLP, utilizando as enzimas de restrição Hinf I, Ban II e XmnI. Foram coletadas 110 amostras de propriedades do planalto catarinense. As análises foram conduzidas no Laboratório de Ensino e Pesquisa em Genética Animal (LEPGA), no Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis/SC. A extração de DNA foi realizada com uma adaptação da metodologia de PCI (fenol-clorofórmio-álcool isoamílico). A efetividade do procedimento foi verificada por meio de eletroforese em gel de agarose e as amostras consideradas satisfatórias foram amplificadas por meio de PCR, posteriormente os fragmentos obtidos foram submetidos à técnica de PCRRFLP utilizando as enzimas anteriormente mencionadas. Foram observados polimorfismos genéticos com a técnica de RFLP utilizando a enzima de restrição Hinf I, que originaram três padrões distintos de migração, A2A2, A1A1 e A2A1, com frequências observadas iguais a 0,689, 0,01 e 0,301 respectivamente, e frequências alélicas de f (A2) = 0,84 e f (A1) = 0,16. Os resultados obtidos no presente trabalho permitem concluir que foi possível identificar polimorfismos para a região estudada do gene da β-caseina na raça Crioula Lageana e que o alelo A2 se encontra em uma frequência bastante superior ao do alelo A1 na amostra da população estudada. |