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Pessoas com deficiência visual enfrentam diversas barreiras que impedem sua participaçao igualitária na sociedade. Aliado a isto, estas apresentam menores níveis de aptidão física, de percepção de bem-estar e de qualidade de vida. Neste sentido, a prática de esporte pode contribuir para a minimização destes prejuízos. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa foi verificar a percepção de qualidade de vida de atletas com deficiência visual da equipe masculina de goalball de Florianópolis/SC. Para tanto, realizou-se um estudo do tipo descritivo, com delineamento transversal, em 12 atletas da equipe masculina de goalball de Florianópolis/SC. Foi aplicado um questionário de anamnese para conhecimento geral do perfil dos atletas (características da deficiência visual, idade, IMC e incidência de lesão) e o questionário NEI-VFQ – 25 que avalia o impacto da perda visual na qualidade de vida (QV) e este pode ser dividido em subdominíos da QV, e apresenta escore de 0 a 100 pontos. Os dados foram tratados inicialmente por meio de estatística descritiva. Para a comparação foi utilizado teste t-student para amostras independentes e aplicado teste de correlação de Pearson para verificar possíveis associações entre as variáveis. Os participantes tinham em média 6,2 anos de prática da modalidade e apresentaram escore médio de percepção de qualidade de vida de 56. Ao analisar por subdomínio, observou-se que a melhor percepção de QV foi para o subdomínio de aspectos sociais que atingiu um escore de 92 pontos, e os menores escores relacionavam-se especificamente com a falta da visão. Ao comparar o escore da percepção de QV e seus subdomínios por incidência de lesão ou severidade da visão, não foram encontradas diferenças significativa. Entretanto, encontrou-se que os indivíduos mais velhos (>30 anos) percebiam melhor sua QV em relação aos mais jovens (p<0,05). Ao correlacionar os subdomínios da QV entre eles, observou relação moderada entre independência e os aspectos sociais, e entre atividade da vida diária e saúde mental. Ainda, a saúde geral foi correlacionada de maneira moderada e negativa com o IMC.Pode-se verificar que diversos fatores podem influenciar a percepção de qualidade de vida de sujeitos com deficiência visual.Contudo fatores de aspectos sociais, dados de IMC, saúde geral e mental, nível de independência e a possibilidade de realização de atividades da vida diária com destreza podem estar relacionados diretamente com a qualidade de vida e por isto devem ser levados em consideração na formação e vida do sujeito. Por fim, podemos considerar que os atletas de goalball participantes deste estudo atingiram menores escores (<55) de QV quando se considerou aspectos específicos da visão, no entanto percebem sua qualidade de vida de uma forma mais positiva (escore >64) quando considera-se sua independência, capacidade de realização das atividades da vida diária, saúde mental e geral e especialmente os aspectos sociais que atingiu um escore de 92. Portanto, incentiva-se a prática de esporte para pessoas com deficiência visual já que este fato pode colaborar com sua autonomia e participação na sociedade. |
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