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A Comissão Estadual da Verdade (CEV) teve sua instituição oficial em junho de 2013 e tinha como objetivo auxiliar a Comissão Nacional da Verdade (CNV) a examinar e esclarecer os graves crimes de violação de direitos humanos por questões políticas, durante o período de 1946 a 1988, colocando foco no período da ditadura civil-militar. Desta forma, tomou depoimentos de pessoas que tiveram seus direitos humanos violados pela repressão deste tempo, entre essas pessoas, destacam-se os depoimentos de mulheres, uma vez que durante muito tempo as mulheres foram relegadas ao silêncio da esfera privada. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é analisar os depoimentos de quatro mulheres catarinenses, Derlei, Marlene, Marize e Rosângela, no dia 5 de setembro de 2013, sessão destinada às mulheres, e, através deles, perceber as relações de gênero que permearam sua atuação política, além de perceber de que forma essas quatro, e outras mulheres, auxiliaram para que a CEV pudesse alcançar seu objetivo final. A primeira parte do trabalho visa contextualizar a participação das mulheres no período ditatorial brasileiro, de anistia, de abertura política e na criação da CNV. A segunda parte visa problematizar a criação da CEV e a forma como as mulheres se mobilizaram para o funcionamento desta com o auxílio de entrevistas e da história oral. Na terceira e última parte faço análise dos depoimentos das quatro catarinenses para a CEV e viso problematizar o conceito de verdade e as relações de gênero presentes nas torturas. |
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