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O presente trabalho analisa a questão da tolerância religiosa em Palhaça no ocaso do Império e início da República, por meio de atos perpetrados pelos agentes do novo regime político (republicano) com o escopo de tornar o Estado laico. Visamos discutir tais atos e seus reflexos na realidade local de Palhoça, especialmente sobre a comunicante luterana da época. Percebeu-se que os conflitos e discussões de valores de natureza ética religiosa, ou melhor, a questão da tolerância religiosa foi conjecturada objetivando abarcar as necessidades práticas frente à nova realidade política e econômica, e não de sentimentos de tolerância. As distorções sociais persistiram em decorrência das negociações do Estado e da Igreja Católica. O regime republicano ao garantir o Estado laico e o reconhecimento da personalidade jurídica das diferentes religiões criou um amplo espaço relacional com as mesmas, oportunizando alianças e negociações, garantindo sua própria existência. Dessa forma, o fim do padroado não alterou de imediato a realidade local vivida pelos luteranos em Palhoça do início da República, em que pese continuar a manutenção do cemitério ser da Igreja Católica, persistindo a separação, a cerca, distinguindo o cemitério dos mortos que professavam a fé católica dos que professavam a fé luterana. Foi uma transformação gradual e lenta. |
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