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A perda dentária é um importante problema de saúde pública, pois afeta negativamente a qualidade de vida, restringindo as capacidades funcionais de mastigação e fonação, e interferindo na estética e problemas de autoestima. Por sua vez, o uso e a necessidade de prótese são consequências da perda dentária, embora tenham sido menos intensamente investigados na literatura científica de natureza epidemiológica. O objetivo desse trabalho foi estimar a prevalência da perda dentária, uso e necessidade de prótese total, bem com avaliar sua associação com variáveis socioeconômicas (renda e escolaridade dos respondentes e de seus pais, além de posição socioeconômica subjetiva) e demográficas (sexo e idade). Os dados foram obtidos de um estudo de base populacional, realizado em 2012, com uma amostra da população adulta (22-63 anos) de Florianópolis, Santa Catarina. A obtenção de dados relativos às condições socioeconômicas, demográficas e perda dentária, uso e necessidade de prótese ocorreu através de um questionário e exame clínico das condições bucais. Examinaram-se a distribuição absoluta e relativa dos desfechos, bem como das características da amostra. O teste da associação das características da amostra com a prevalência dos desfechos foi o do qui-quadrado. Os resultados mostraram que a prevalência de perda dentária foi superior entre as mulheres, indivíduos de maior idade, sujeitos de menor renda, pessoas com menor nível de instrução, seja do sujeito como também de seus pais, e também entre aqueles com menor posição socioeconômica subjetiva. Este mesmo resultado aconteceu para o uso e para a necessidade de prótese total. Conclui-se que a ausência de dentição funcional, a necessidade e o uso de prótese total possuem relação com condições socioeconômicas de maior vulnerabilidade. O aumento da idade também eleva as chances de perda dentária. Além disso, o fato de as mulheres apresentaram menor prevalência de dentição funcional e utilizarem os serviços de saúde com maior frequência do que os homens, sugere a prática de um modelo de saúde pouco conservador que poderia ocorrer há alguns anos atrás, visto que essa diferença de perda dentária entre homens e mulheres ocorre mais expressivamente na população de maior idade. |
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