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No âmbito da Operação Itacaiúnas (julho de 2015), desenvolveu-se, junto à oficina de capacitação em informática básica, pesquisa de opinião para conhecer melhor o município de São Domingos do Araguaia (PA). 97 pessoas fizeram a oficina, com carga horária de 8 horas. Sendo necessário um texto para que os alunos conhecessem e usassem as diversas ferramentas de edição do software Word, propôs-se que os mesmos criassem e redigissem tal texto, contudo no formato de um questionário. Este questionário foi pensado de tal forma a extrair daqueles alunos suas percepções tanto acerca do município em que viviam quanto de suas perspectivas de vida, contribuindo assim para uma maior compreensão e reflexão dos rondonistas acerca da realidade daquela população. Os alunos escreveram, então, seu nome, data e cidade de nascimento, sua escolaridade e, na parte principal da redação, três coisas que gostavam e outras três coisas que não gostavam na cidade, duas coisas que gostavam de fazer em seu dia-a-dia e dois sonhos que guardavam consigo para a vida. Com alunos de 8 a 62 anos, as oficinas tiveram praticamente a mesma proporção de crianças, jovens e adultos, demonstrando interesse semelhante para todas as faixas etárias, algo que impulsiona o oferecimento do curso nas operações do Projeto Rondon em que a UnB participa. Quanto à parte principal, percebeu-se, de forma muito evidente, as graves carências da cidade: os problemas no trânsito (uso de motocicletas sem capacete, por menores, com direção perigosa) são de percepção geral, assim como os graves problemas com a falta de médicos ou mesmo atendimento inadequado nas unidades de saúde municipais, além da grande carência de oportunidades de trabalho no município, que força sua juventude aos grandes centros, sobretudo Marabá. Quanto às coisas que acham boas na cidade, destacam-se as igrejas, a cordialidade e cumplicidade de seus moradores, além do apreço em se encontrarem nas praças municipais. Quanto aos sonhos, persistem aqueles de se formar em um curso superior e conseguir um emprego. Colher a opinião dos moradores, portanto, sobretudo no formato de pesquisa, impulsiona os rondonistas a entrarem em contato profundo com a realidade do município que visitam, e mesmo refletirem sobre suas dificuldades e confrontá-las com as próprias – sendo este, talvez, o grande aprendizado do Projeto Rondon: expor nossos sonhos e desafios à luz da dura realidade dos brasileiros mais simples de nosso país. |
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