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O efeito deletério e consistente das experiências discriminatórias sobre a saúde mental tem sido amplamente documentado na literatura. No entanto, são escassos os trabalhos que aferem múltiplos tipos de discriminação, avaliam a existência de relação dose-resposta ou investigam possíveis modificadores de efeito dessa associação. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é investigar a associação entre experiências discriminatórias por múltiplos motivos e sofrimento psíquico, incluindo a avaliação de efeito dose-resposta, o ajuste para potenciais confundidores e o exame de modificadores de efeito em estudantes universitários do sul do Brasil. Para isso, no primeiro semestre de 2012, 1.023 graduandos da Universidade Federal de Santa Catarina responderam a um questionário autopreenchível sobre características sociodemográficas, curso de graduação, experiências discriminatórias e sofrimento psíquico. As associações foram analisadas com modelos de regressão logística, estimação de razões de chance e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). Observou-se que estudantes que relataram sofrer discriminação em alta frequência e intensidade apresentaram 4,4 (IC95% 1,6 – 12,4) vezes mais chance de apresentar sofrimento psíquico. Entretanto, a relação da discriminação com o sofrimento psíquico foi protetora em meio aos graduandos de Engenharia Elétrica, quando comparados aos de Ciências Contábeis não discriminados. A partir do estudo, concluiu-se que a relação dose-resposta entre experiências discriminatórias e sofrimento psíquico reforça a hipótese de natureza causal dessa associação. Contudo, a modificação de efeito ocasionada pelo curso de graduação deve ser considerada em investigações futuras para uma melhor compreensão de ambos os fenômenos, suas estratégias de mensuração e de combate. |
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