Tempo, memória e narrativa kaingang no oeste catarinense: a tradição kaingang e a proteção tutelar no contexto da transformação da paisagem na terra indígena Xapecó

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Tempo, memória e narrativa kaingang no oeste catarinense: a tradição kaingang e a proteção tutelar no contexto da transformação da paisagem na terra indígena Xapecó

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dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina pt_BR
dc.contributor.advisor Nötzold, Ana Lúcia Vulfe pt_BR
dc.contributor.author Almeida, Carina Santos de pt_BR
dc.date.accessioned 2015-10-27T03:06:20Z
dc.date.available 2015-10-27T03:06:20Z
dc.date.issued 2015 pt_BR
dc.identifier.other 335751 pt_BR
dc.identifier.uri https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/135780
dc.description Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2015. pt_BR
dc.description.abstract Este estudo acerca dos Kaingang da Terra Indígena Xapecó orienta-se pelas relações estabelecidas do povo com o ambiente e seus desdobramentos, visa dessa forma apresentar os meandros da atuação da proteção tutelar no contexto da transformação da paisagem e as consequentes rupturas, impactos e/ou continuidades no modo de vida e no habitus social Kaingang. A temporalidade deste estudo conduziu-se a partir dos registros e descrições relacionadas aos Kaingang do século XVIII e alcança a contemporaneidade. Os encontros e desencontros dos Kaingang com não índios em terras meridionais foram registrados em descrições de cunho etnográfico e representam momentos decisivos na trajetória histórica do povo. Por outro lado, foi a partir dos oitocentos e, sobretudo, dos novecentos que a espacialização e a territorialidade Kaingang deslocaram-se visceralmente da condição de mobilidade para a de homo situs, impactando as relações do povo no tempo/espaço. A indigeneidade da paisagem marca as narrativas de história e memória dos Kaingang ressaltando a existência do tempo dos ?antigos? e do tempo de ?agora?. As reminiscências mnemônicas expressas entre silêncios, esquecimentos e lembranças descrevem os enredos das relações de contato e da proteção tutelar, bem como as instâncias constituintes do mundo Kaingang. As narrativas ressaltam o papel central do ?mato virgem? e do ?pinhalão? no modo de vida e no habitus social à medida que estes espaços são entendidos como elementos integrantes da tradição Kaingang. A tese elaborou e apresenta diversos produtos em história indígena e ambiental no que concerne a localização e a caracterização da TI Xapecó através de mapas e da perspectiva multi-temporal da composição da cobertura florestal. As sinuosidades da transformação do modo de vida e habitus social Kaingang e da paisagem da TI Xapecó são expressas nas múltiplas faces da proteção tutelar, que por meio do propulsor indigenismo brasileiro, possibilitou a grilagem, o esbulho e a espoliação dos índios do ?Chapecózinho? ao mesmo tempo em que a inserção da TI na lógica do desenvolvimento econômico. A ?marcha para a emancipação econômica? do Posto Indígena Xapecó a partir da gestão do patrimônio indígena percorreu momentos distintos e pautou-se na exploração das potencialidades naturais. O modelo de indigenismo rondoniano-varguista marcou um primeiro momento da proteção tutelar sendo procedido pelo indigenismo da FUNAI, que a despeito de seu início moralizante, permitiu à exaustiva exploração dos recursos florestais e inseriu as terrasindígenas no sul do Brasil no contexto do nacional-desenvolvimentismo brasileiro. A exploração da madeira se encerrou na TI Xapecó e a proteção tutelar na figura do chefe de Posto perdeu definitivamente qualquer status de poder centralizador à medida que o protagonismo Kaingang passou a conduzir as práticas políticas e socioeconômicas locais.<br> pt_BR
dc.description.abstract Abstract : This study about the Kaingang of the Indigenous Land Xapecó is guided by the established relationships of the people with the environment and its consequences, aims to present the intricacies of the tutelary protection action in the context of the landscape transformation and the resulting disruptions, impacts and/or continuities in the way of the Kaingang life and social habitus. The temporality of this study was conducted from the records and descriptions related to the Kaingang of the eighteenth century and reach the contemporary. The meetings and missings of the Kaingang with non-Indians in southern lands were recorded in ethnographic descriptions and represent defining moments in the historical trajectory of the people. On the other hand, was from eight hundred and, especially, the nine hundreds that the Kaingang spatiality and the territoriality viscerally moved up from de mobility condition for the homo situs, impacting the relationships of the people in the time/space. The indigeneity of the landscape mark the narratives of memory and history of Kaingang highlighting the existence of time the "old" and the time of "now." The mnemonic reminiscences expressed between silences, omissions and memories describe the plots of contact relations and of tutelary protection, as well as the constituent bodies of the Kaingang world. The narratives emphasize the central role of the "virgin forest" and the "Pinhalão" on the way of life and social habitus as these spaces are seen as integral components of Kaingang tradition. The thesis developed and presents several products in indigenous and environmental history regarding the location and characterization of Indigenous Land Xapecó through maps and multi-temporal perspective of the composition of the forest cover. The sinuosity of the transformation of the Kaingang way of life and social habitus and the Indigenous Land Xapecó landscape are expressed in the multiple facets of tutelary protection, which through the Brazilian indigenous propellant movement, allowed the illegal occupation, the dispossession and the theft of the "Chapecozinho" Indians while the integration of Indigenous Land in the logic of economic development. The "march toward economic emancipation" of the Indian Post Xapecó from the management of Indian heritage come different times and was marked on the exploitation of natural potential. The model rondonian-varguist of indianism scored a first moment of tutelary protection being undertaken by the FUNAI indianism, which despite its moralizing beginning, allowed the plundering of forest resources and entered indigenous landsin southern Brazil in the context of the Brazilian national-developmentalism. The logging ended in Indigenous Land Xapecó and the tutelary protection in the image of the post headman definitely lost any power status as the Kaingang role began to conduct local political and socio-economic practices. en
dc.format.extent 542 p.| il., tabs. pt_BR
dc.language.iso por pt_BR
dc.subject.classification História pt_BR
dc.subject.classification Indios Kaingang pt_BR
dc.subject.classification História pt_BR
dc.subject.classification Degradação ambiental pt_BR
dc.title Tempo, memória e narrativa kaingang no oeste catarinense: a tradição kaingang e a proteção tutelar no contexto da transformação da paisagem na terra indígena Xapecó pt_BR
dc.type Tese (Doutorado) pt_BR


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