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Introdução: A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa, em que ocorre diminuição da dopamina na substância negra, ocasionando alterações motoras. Essas alterações motoras, podem consequentemente causar dificuldade de deglutição. A disfagia orofaríngea tem oferecido riscos à saúde, como desnutrição, desidratação e até mortalidade, causando impactos na qualidade de vida desses indivíduos. O Questionário de Qualidade de Vida em Deglutição (SWAL-QOL) é um instrumento que avalia a qualidade de vida em deglutição, e nos permite analisar se há diferença da percepção das dificuldades de deglutição entre o grupo que realiza e o grupo que não realiza terapia fonoaudiológica vocal. Objetivo: Analisar a percepção de portadores da Doença de Parkinson que realizam e que não realizam terapia fonoaudiológica vocal sobre as suas dificuldades de deglutição e o impacto destas na qualidade de vida. Metodologia: Este estudo foi realizado no período de abril a maio de 2015, com 21 indivíduos com Doença de Parkinson que realizam (n=12) e que não realizam (n=9) terapia vocal, classificados nos estágios de 1 a 3 da escala Hoehn & Yahr modificada. Para avaliá-los foi aplicado o Questionário Sóciodemográfico e Aspectos Clínicos, além do uso de prótese dentária, e o questionário SWAL-QOL. Os resultados do SWAL-QOL foram comparados entre os dois grupos. Resultados: Quanto à caraterização da população, observou-se prevalência do sexo masculino, média de idades de 66,2 anos e predominância de indivíduos com baixa escolaridade. Quanto aos aspectos clínicos verificou-se que muitos indivíduos apresentam mais de dois anos de diagnóstico, a escala de Hoehn & Yahr mais frequente foi a estágio 2 e a prevalência de indivíduos que utilizam prótese dentária. Observou-se que a percepção entre os grupos sobre suas dificuldades de deglutição foi semelhante. Quanto ao impacto das dificuldades de deglutição na qualidade de vida desses pacientes, percebeu-se que na análise descritiva qualitativa diante da variação de respostas entre os domínios nos dois grupos, as respostas foram mais favoráveis para o grupo que realiza terapia vocal. Conclusão: Verificou-se que não houve diferenças significativas da percepção das dificuldades de deglutição entre indivíduos que realizam e que não realizam terapia vocal, porém quanto ao impacto da deglutição na qualidade de vida, diante análise qualitativa descritiva, observou-se que o grupo com terapia vocal obteve melhores resultados. É necessário que outros estudos sejam realizados com um número maior de indivíduos, com comparação entre grupos que realizam e que não realizam terapia vocal e, além disso, sugere-se a realização de estudos que avaliem a função da deglutição de forma objetiva através de exames. |
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