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O presente trabalho pretende apresentar discordâncias na versificação da obra poética de João Garcia de Guilhade entre diferentes as edições disponíveis. Considerada, entretanto, a natureza compilatória do Cancioneiro medieval da lírica profana galego-portuguesa, subentende-se que, para o estudo da obra poética de um trovador, não se pode prescindir da obra poética de outros. Desse modo, para a exposição de discordâncias na versificação de João Garcia de Guilhade vai-se recorrer ao auxílio da obra poética de outros sete trovadores do Cancioneiro galego-português: Vasco Praga de Sandin, João Soares de Somesso, Nuno Rodrigues de Candarey, Nuno Fernandes Torneol, Pero Garcia Burgalês, Pedro Gomes Barroso e Fernão Velho. Desde já, compreenda-se que as discordâncias na versificação de Garcia de Guilhade devem-se a diferenças verificadas entre as fontes bibliográficas (edições e manuscritos) que encerram a sua obra. Expor e analisar tais discordâncias a partir da versificação dos demais trovadores da lírica, justifica-se, no entanto, pela necessidade de verificar a sua ocorrência ao longo do Cancioneiro galego-português, e, sobretudo, pela necessidade de determinar os motivos responsáveis por discordâncias na fixação do corpus poético da lírica profana galego-portuguesa. Embora se reconheça a premência de uma abordagem coletiva da versificação do Cancioneiro galego-português, o título - Discordâncias na versificação de João Garcia de Guilhade - justifica-se preferencialmente pela apreciação minuciosa da obra do trovador que pela eventual contribuição que este trabalho possa oferecer para o estudo de versificação geral da lírica. É necessário considerar que o ponto de partida desta pesquisa situa-se na leitura prévia de um cancioneiro individual exclusivo da obra de João Garcia de Guilhade, e portanto, notar que a orientação metodológica aqui adotada procura apresentar as discordâncias na versificação individual a partir das discordâncias na versificação de um grupo de trovadores. Importa, ainda, deixar claro que este trabalho não pretende levantar hipóteses para a restituição de versos com problemas decorrentes de diferenças entre edições e manuscritos, tenha em vista não pretender ir além da exposição das discordâncias nos versos de Guilhade, e, de maneira menos perspicaz, na versificação da obra poética dos demais trovadores abordados. <br> |
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