Abstract:
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As transformações estruturais que atingiram o capitalismo nas últimas décadas do século XX causaram impactos generalizados sobre o mundo do trabalho. Fatores como a terceira revolução tecnológica, a abertura comercial e a desregulamentação dos mercados, sob a égide da globalização econômica, delinearam um movimento de reestruturação produtiva nas empresas, reduzindo os empregos e precarizando as relações de trabalho. Diante do receituário neoliberal, as empresas buscaram flexibilizar suas relações no mercado de trabalho, reduzindo custos e aumentando sua produtividade. Um modelo de produção mais flexível e que incorporava maior automação e tecnologia reduziu os postos de trabalho e fez surgir novas formas de contratação com jornadas mais flexíveis e terceirizações. Essas mudanças atingiram os países centrais e mais intensamente os trabalhadores dos países periféricos, como o Brasil. Além do aumento do desemprego, foram registrados aumento da informalidade e da precarização dos postos de trabalho. Este estudo teve como objetivo analisar a evolução do mercado formal de trabalho em Santa Catarina, diante destas transformações provocadas pelas políticas adotadas a partir dos anos de 1990. O estudo procurou também levantar uma qualificação da dinâmica deste mercado, por meio da identificação de relações entre os anos de estudo, remuneração e sexo dos trabalhadores. Observou-se que as políticas de abertura comercial e desregulamentação financeira dos anos de 1990 provocaram perdas para o mercado formal de trabalho catarinense, ocasionando uma queda de emprego formal em determinados segmentos e uma redistribuição setorial dos postos formais de trabalho que continuaram a se expandir para outros setores. Houve um aumento da participação feminina na ocupação formal do estado, assim como cresceu a participação dos trabalhadores com maior qualificação e menores salários. |