Abstract:
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O presente trabalho busca analisar a influência da Escola de economia de Campinas sobre o governo petista. Por isso faz uma análise crítica da interpretação desta escola sobre o desenvolvimento capitalista no Brasil sintetizado na tese de João Manuel Cardoso de Mello, O capitalismo tardio. Esta análise é precedida da recuperação do movimento teórico político brasileiro entre os anos pré-golpe militar de 1964 até o surgimento daquela tese, relacionando-a assim com o seu devido contexto histórico. A análise crítica é realizada tendo como pano de fundo a Teoria Marxista da Dependência - auge da formulação teórica latino-americana e para qual contribuíram vários brasileiros, entre eles Ruy Mauro Marini, Vânia Bambirra e Theotônio dos Santos - que no Brasil foi sistematicamente boicotada pelo esquema CEBRAP-USP/Unicamp. Estas instituições, parte do sistema de dominação da classe dominante brasileira, contribuíram enormemente para impedir a penetração da Teoria Marxista da Dependência. A análise crítica revelou que a tese do capitalismo tardio cumpriu a função de ocultar ideologicamente as raízes do nosso capitalismo dependente - as transferências de valor e a superexploração da força de trabalho - recolocando assim no cenário político uma alternativa capitalista ao desenvolvimento do país. Por fim, procurou-se evidenciar como esta interpretação orienta e legítima muitas das políticas do governo federal |