Abstract:
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O zooplâncton desempenha um papel fundamental nos ecossistemas marinhos, constituindo um importante elo entre a produção primária e os níveis mais elevados da teia trófica. Os peixes apresentam uma grande variedade de estratégias reprodutivas como a fertilização externa e a fase larval planctônica. O Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) possui uma fauna diversificada de peixes recifais, sendo uma importante área de concentração de peixes pelágicos, indicando a ocorrência do efeito-ilha. Foram realizadas coletas de plâncton em cinco meses distribuídos em três anos, em diferentes distâncias do arquipélago, de noite e de dia. Foi registrada uma alta abundância zooplanctônica com dominância dos copépodes (89%), enquanto que a abundância média registrada para o ictioplâncton condiz com os valores encontrados na região costeira e oceânica brasileira. Mesmo em uma região equatorial, a temperatura é um importante fator no período reprodutivo das espécies de peixes, com reflexo na abundância de ovos e larvas. A migração vertical nictemeral também foi evidenciada com a ocorrência de ovos e larvas principalmente no período noturno. Foram analisadas 1.518 larvas, pertencentes a 17 famílias e 27 morfotipos. As famílias mais abundantes e freqüentes foram Myctophidae, Exocoetidae, Gonostomatidae, Scombridae e Bothidae, em mar aberto, e Morfotipo 2, Morfotipo 12 e Labrisomidae na enseada. As larvas em estágio de pré-flexão foram as mais abundantes nas amostras, principalmente na enseada. No geral, o efeito-ilha não foi confirmado em função da distância amostrada e dos padrões de circulação e de turbulência ainda pouco conhecidos no local. Para uma ilha verdadeiramente oceânica, a alta abundância de ovos e larvas indica que o ASPSP oferece condições ambientais propícias à reprodução de peixes residentes e não residentes. Os resultados demonstram a importância do arquipélago como um local de desova, desenvolvimento larval e alimentação para espécies do Atlântico Equatorial. |