A “sociabilidade dos nutrientes” e a “nutricidade do social” Um estudo de antopologia simétrica sobre o chamado “conhecimento científico” no curso de graduação em Nutrição

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A “sociabilidade dos nutrientes” e a “nutricidade do social” Um estudo de antopologia simétrica sobre o chamado “conhecimento científico” no curso de graduação em Nutrição

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Title: A “sociabilidade dos nutrientes” e a “nutricidade do social” Um estudo de antopologia simétrica sobre o chamado “conhecimento científico” no curso de graduação em Nutrição
Author: Simões, Cristiano Ogasavara
Abstract: Dentro do campo de discussão referente à formação dos ditos “profissionais de saúde” , inúmeros trabalhos são realizados anualmente, pelos mais diversos pesquisadores e pensadores desta área do conhecimento, sobre a questão da formação destes profissionais. Discute-se muito a respeito do perfil do profissional, quais são as habilidades e competências que ele deve saber lidar, a sua formação “humanística”, etc. A situação não é diferente quando se fala especificamente do Nutricionista, incluído neste campo da área de saúde, embora a quantidade de trabalhos a respeito da formação deste profissional não seja, ao menos pelo que me consta, tão numerosa quanto a de outros, não deixando de ter, contudo, sua expressividade. Entre os estudos existentes e publicados em livros e/ou artigos, as reflexões e discussões propostas pelos autores demonstram, cada um dentro de sua proposta de estudo, que a formação do Nutricionista no Brasil se depara com inúmeras questões a serem problematizadas. De uma forma geral, aspectos ligados ao tipo de “conhecimento científico” que sustenta a formação destes profissionais são um dos principais alvos destes trabalhos: as discussões vão desde ordem “ideológica” (quais os interesses existentes no estabelecimento das diretrizes curriculares dos cursos de graduação), deficiência na articulação com outros campos de saberes (em especial os das chamadas “Ciências Humanas”), questões “humanísticas” (formação de um profissional “humanizado”, ou seja, que não se limite apenas ao chamado “conhecimento tecnicista”, mas que saiba trabalhar outras questões na “relação profissional-paciente”), etc. Entendo, dessa forma, que este estudo poderá contribuir para a discussão proposta por alguns destes autores sobre o campo de formação do Nutricionista. Contudo, empreendi um novo foco e olhar sobre este debate, ao me propor a fazer um estudo etnográfico na "instituição formadora" destes profissionais: a Universidade. Isto porque os estudos até então existentes não se preocuparam tanto em como esse conhecimento é construído e trabalhado cotidianamente durante o processo formativo, mas sim em verificar aspectos mais estruturais e institucionais como, por exemplo, o histórico da formação da profissão de Nutricionista no Brasil e as estruturas dos currículos dos Cursos de Graduação. Além disso, busquei articular a experiência desta pesquisa com questões de ordem epistemológica: qual é o “tipo (ou tipos) de conhecimento(s) científico(s)” predominantemente trabalhado(s) dentro do Curso de Graduação em Nutrição da UFSC? Como ele é problematizado (ou não) pelos professores e estudantes? Há alternativas para o modelo (ou modelos) de “conhecimento científico” hegemônico que é trabalhado dentro da "instituição formadora"? Estas são algumas das indagações que nortearam a pesquisa realizada. Assim, ao final deste trabalho, creio que consegui mostrar as diversas formas de relações envolvendo a Ciência da Nutrição (e as ditas Ciências da Saúde de uma forma geral), a estrutura de ensino no país (como, por exemplo, as diretrizes curriculares e a política de educação para o ensino superior), o histórico de formação do Nutricionista no Brasil, a construção do Sistema Público de Saúde brasileiro, e como eles se articulam especificamente no espaço do curso de graduação em Nutrição da UFSC, e como os diferentes sujeitos (professores e estudantes) realizam suas “trajetórias e construções simbólicas” a partir deste contexto. Assim, esta pesquisa empreendeu um estudo e análise do processo de “construção” e “disseminação” do conhecimento (científico) no curso de graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), utilizando-se, para isso, do “método etnográfico”, ao se observar como se constroem as verdades da “Ciência da Nutrição” entre os professores e os estudantes do curso. Assim, o objetivo central deste estudo foi analisar o processo de construção, consolidação e (os possíveis) conflitos do chamado “conhecimento científico” no curso de graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina a partir de uma epistemologia baseada nos pressupostos da “antropologia simétrica”. Com esse intuito, procurei analisar as bases que fundamentam e sustentam o chamado “conhecimento científico” na área da Nutrição pelas vozes dos professores, bem como observar como esse conhecimento é transmitido e como são problematizados pelos estudantes do curso de Nutrição, tentando perceber, entre os professores e estudantes do curso, as possíveis vozes dissonantes ao(s) discurso(s) científico(s) “predominante(s)” na área da Nutrição. Na medida do possível, dentro do recorte realizado nesta pesquisa, busquei desenvolver uma reflexão das observações realizadas durante a pesquisa de campo, considerando o histórico de formação da profissão de Nutricionista no Brasil. Por fim, utilizei-me dos pressupostos epistemológicos que orientam esta pesquisa a fim de cotejar as observações realizadas através da pesquisa de campo com as discussões relacionadas com a epistemologia da ciência, em especial com a abordagem de “Antropologia da Ciência” (antropologia simétrica) proposta por Bruno Latour. O trabalho escrito está dividido em 04 partes: uma introdutória, que relata um pouco da minha trajetória que justifica a realização desta pesquisa; uma segunda, que apresenta os fundamentos teóricos que sustentaram o estudo realizado; a terceira parte apresenta algumas reflexões sobre a metodologia empregada na pesquisa e o trabalho de campo em si; e por fim, os “resultados” obtidos durante a pesquisa de campo com as devidas reflexões dela resultantes. Cabe ressaltar que a última parte está subdividida em 05 seções: 1) o processo de minha entrada em campo; 2) As relações e tensões existentes no Curso de Nutrição da UFSC; 3) O cotidiano da formação e a construção de uma identidade profissional em seu processo histórico, e as tensões que dela derivam no universo pesquisado; 4) As diversas “modelagens político-epistemológicas” do Curso de Nutrição da UFSC; 5) Considerações e reflexões finais. Nesta estrutura que escolhi para fazer a composição textual deste trabalho, as três primeiras seções serviram de alicerce para a interpretação e argumentação que está explicitada na seção 04.
Description: TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Curso de Ciências Sociais.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/115597
Date: 2014-02-07


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