Abstract:
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A suplementação oral do extrato bruto de polissacarídeos sulfatados, obtido da microalga Porphyridium cruentum (Rhodophyta), foi avaliada sobre o ganho em peso, sobrevivência, parâmetros imunológicos e perfil das enzimas digestivas em juvenis do camarão marinho Litopenaeus vannamei. O extrato bruto de polissacarídeo sulfatado foi adicionado em diferentes concentrações 0%, 0,5% 1%, 1,5% e 2% a uma ração comercial (proteína bruta 40%; extrato etéreo 7,5%), oferecida duas vezes por dia para 2000 camarões com peso médio inicial de 6,6±0,2 g. A cada dez dias, os animais eram pesados e eram coletadas amostras de hemolinfa - para monitoramento das variáveis imunológicas - e de intestinos, para avaliação do perfil de enzimas. Após 30 dias de alimentação, os animais (13,5±0,8 g) foram reorganizados em um novo experimento, onde foram desafiados com o patógeno Vibrio alginolyticus, na concentração 5x106 UFC/mL, por injeção (25 µL) aplicada no primeiro segmento dorsal. Os animais do grupo controle receberam injeção de solução salina estéril. A sobrevivência e os parâmetros hemato-imunológicos (contagem total de hemócitos, CTH, e atividade da fenoloxidase, PO) foram avaliados ao final de 48 h. A suplementação dietética registrou os maiores ganhos em peso na faixa de 1% a 1,5% de suplementação. A composição corporal dos animais não foi afetada pela suplementação. Similarmente, não foi observada alteração nas atividades das carboidrases e proteinases no hepatopâncreas com as diferentes doses testadas. Entretanto, registrou-se um aumento da atividade enzimática ao longo do intestino, sugerindo o carreamento das enzimas digestivas produzidas no hepatopâncreas para este órgão. Antes do desafio com o patógeno, apenas a atividade da PO apresentou um aumento proporcional à suplementação dietética com o polissacarídeo sulfatado. Após o desafio, os animais alimentados com a dieta contendo 1% de polissacarídeo apresentaram a maior sobrevivência (90%) em 48 h, enquanto que os animais do grupo controle, sem suplementação, assim como os alimentados com dieta contendo 2% de extrato de polissacarídeo, apresentaram sobrevivência de aproximadamente 63%. Após o desafio a CTH diminuiu em todos os tratamentos, mas continuou sendo mais elevada nos animais que receberam a dieta suplementada com o extrato de polissacarídeo. Em contraste, a atividade da PO aumentou em todos os tratamentos e continuou sendo maior naqueles suplementados com polissacarídeo sulfatado. De acordo com os resultados obtidos sugere-se uma faixa de suplementação dietética de extrato de polissacarídeos sulfatados entre 1% e 1,5%. Dentro desta faixa, otimiza-se o ganho em peso, resistência à infecção, imunoestimulação e atividade das enzimas digestivas <br> |