Abstract:
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A conjuntura internacional do pós-Guerra Fria foi caracterizada pelas incertezas quanto a constituição da nova ordem internacional, ascensão do neoliberalismo, desenvolvimento acelerado dos processos de globalização e regionalização e, mais especificamente para os países da América Latina, pelos constrangimentos do Consenso de Washington. A partir de tal cenário, o MERCOSUL é formado com o objetivo de dotar uma inserção internacional que apresentasse benefícios superiores a seus custos para seus Estados membros. Contudo, o referido bloco regional é marcado por uma série de litígios, conflitos internos e queda nos níveis comerciais intrabloco ao fim da década de 1990 e início dos anos 2000. Tais litígios e conflitos são iniciados, em grande medida pela Argentina, país cujos benefícios do processo integracionista não se mostravam tão claros à época e que, para tal, inicia um comportamento caracterizado pela Teoria dos Jogos como “Rambo”. Esse comportamento significa que este país passa a adotar uma estratégia de não cooperação para com seus parceiros de bloco porque seus custos de se estar inserido no processo integracionista superam seus benefícios. Nesse sentido, tal comportamento também é caracterizado pela transgressão a regras já acordadas no bloco regional e ao não aprofundamento do processo integracionista. Tal período coincide com a desvalorização cambial brasileira e com a crise financeira argentina, fatos que apresentam grande relação para com a perda de benefícios por parte da Argentina e a deflagração de seu comportamento “Rambo”. |