Abstract:
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Esta pesquisa procura mostrar, por meio da representatividade do teatro que se apresentava como espelho verossímil da nação, as condições sociais do negro e dos descendentes de sangue escravo na sociedade brasileira do século XIX. Ao tomar como foco o teatro brasileiro e sua história, inaugurada com as manifestações cênicas organizadas pelos jesuítas, procura-se evidenciar que, através desses diálogos, se denunciava o preconceito social: o escravo visto como corruptor da família e da sociedade e o miscigenado como face degenerada e impura por ter ascendência no cativeiro. Entre os escritores empenhados na edificação de um perfil nacional destacam-se autores como José de Alencar, Paulo Eiró e Castro Alves que retrataram a vida social e as discriminações preconceituosas que ressaltam o tema da escravidão. Suas personagens, alicerces das tramas, anunciavam (e denunciavam) todo o contexto social da época. Na tessitura de vozes dessas peças, em especial nos dramas Sangue Limpo de P. Eiró e Gonzaga de Castro Alves, buscou-se o foco da denúncia de personagens que, como vítimas e, ao mesmo tempo testemunhas, só encontravam vez nas cenas teatrais. |