Efeito do carvedilol e monitoramento de terapias antioxidantes ao longo de 7 anos em pacientes cardiopatas chagásicos crônicos

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Efeito do carvedilol e monitoramento de terapias antioxidantes ao longo de 7 anos em pacientes cardiopatas chagásicos crônicos

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Title: Efeito do carvedilol e monitoramento de terapias antioxidantes ao longo de 7 anos em pacientes cardiopatas chagásicos crônicos
Author: Budni, Patrícia
Abstract: Introdução: A cardiopatia chagásica crônica (CCC) é considerada a causa mais comum de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) com arritmias e morte súbita em adultos jovens nas áreas endêmicas. A progressão da severidade da CCC está associada ao aumento do dano oxidativo, conforme já demonstrado em trabalhos anteriores de nosso laboratório. Objetivos: a) Verificar o efeito antioxidante do carvedilol isoladamente, na dose de 37,5 mg/dia, e na sua associação às vitaminas antioxidantes E e C, nas doses diárias de 800 UI e 500 mg, respectivamente, ambas intervenções administradas por 6 meses; b) Verificar a eventual persistência da atenuação no quadro sistêmico de estresse oxidativo e do processo inflamatório após as sucessivas suplementações ao longo de 7 anos de monitoramento. Materiais e Métodos: Os pacientes foram classificados e divididos em quatro grupos, de acordo com a classificação clínica e hemodinâmica de Los Andes modificada, em grupos IA (n=10); IB (n=20); II (n=8) e III (n=4). Foram determinados os marcadores de estresse oxidativo, como as substâncias reagentes ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e proteína carbonilada (PC), além das atividades da superóxido dismutase (SOD), glutationa peroxidase (GPx), catalase (CAT), glutationa redutase (GR) e glutationa S-transferase (GST), níveis de glutationa reduzida (GSH) e vitaminas E, e marcadores inflamatórios, como adenosina deaminase (ADA), mieloperoxidase (MPO) e óxido nítrico (-NO). a) Todas essas variáveis foram determinados no sangue dos pacientes, antes e após a terapia por 6 meses com carvedilol isoladamente, e após suplementação combinada das vitaminas antioxidantes e carvedilol por 6 meses. As comparações estatísticas dos marcadores de estresse oxidativo e inflamatórias dentro dos diferentes grupos e entre os diferentes tratamentos aplicados, foram realizadas através da Análise de Variância (ANOVA), complementada pelo teste de Tukey-Kramer, utilizando o método dos modelos lineares generalizados para medidas repetidas, admitindo um nível mínimo de significância de p 0,05. b) O resultado destas análises foi monitorado ao longo de 7 anos de sucessivas intervenções. Para análise estatística do monitoramento foi realizado um estudo transversal, por um método de associação para variáveis quantitativas. Resultados: a) Após 6 meses de intervenção com carvedilol a atividade da SOD diminui em todos os grupos: IA, IB, II e III a GST diminuiu nos grupos: IA, IB e II a GPx diminuiu apenas nos grupos: IA e IB; a CAT aumentou nos grupos IA e IB; houve diminuição dos níveis de GSH em todos os grupos: IA, IB, II e III e PC nos grupos IA, IB, II e III; os níveis de vitamina E e TBARS permaneceram inalterados em todos os grupos; dos marcadores inflamatórios, apenas o -NO aumentou no grupo IA. Após a adição de vitaminas E e C à terapia de carvedilol, observou-se: um perfil semelhante nas enzimas SOD, GST e GPx (diminuição em todos os grupos, apenas nos grupos IA, IB e II, apenas nos grupos IA e IB, respectivamente); diminuição da atividade da GR nos grupos IA e IB, e manutenção da atividade da CAT; os níveis de GSH diminuíram em todos os grupos: IA, IB, II e III, enquanto os níveis de TBARS diminuíram apenas nos grupos IA e IB; os níveis de PC mantiveram-se diminuídos, porém aumentados em todos os grupos, quando comparados com a intervenção do carvedilol; a vitamina E aumentou em todos os grupos após a suplementação: IA, IB, II e III; houve diminuição dos níveis de -NO no grupo IA e aumento de MPO nos grupos IB e II enquanto que a ADA aumentou apenas em IA. b) Nos 7 anos de acompanhamento destes pacientes, observou-se uma progressiva diminuição nos níveis de TBARS e PC, com uma concomitante diminuição nos níveis de GSH. SOD e GPx, após seguidas suplementações, diminuíram suas atividades, sendo mais expressivas após administração do carvedilol e quando o fármaco foi associado às vitaminas E e C. A atividade da GR manteve-se constante a partir do ano de 2008a, com tendência à queda semelhante àquela observada nas demais enzimas. A atividade da GST, a partir de 2008b, manteve-se diminuída até 2010b. A atividade da CAT teve seu maior aumento no ano de 2008c, após suplementação vitamínica e manteve-se praticamente inalterada no decurso do estudo. Os níveis de vitamina E aumentaram após as suplementações, mantendo-se estáveis ao longo dos 7 anos. MPO e -NO mostraram um perfil de aumento discreto, enquanto que a ADA permaneceu inalterada após os 7 anos de intervenção. Conclusões: a) O carvedilol foi efetivo em manter diminuída a maioria das enzimas antioxidantes e os marcadores de dano (TBARS e PC), e aparentemente, exibiu efeito sinérgico com as vitaminas E e C em atenuar o estresse oxidativo sistêmico. b) Os 7 anos de sucessivas intervenções com antioxidantes foram eficazes em manter o poder redutor no sangue de pacientes chagásicos com CCC. Aparentemente, o insulto oxidativo associado à cronicidade da doença cardíaca de Chagas, foi atenuado após cada intervenção antioxidante, e este efeito mostrou relativa persistência entre os intervalos das diferentes intervenções antioxidantes.
Description: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Farmácia
URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/95959
Date: 2011


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