Inundações em Venâncio Aires/RS: interações entre as dinâmicas natural e social na formação de riscos socioambientais urbanos

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Inundações em Venâncio Aires/RS: interações entre as dinâmicas natural e social na formação de riscos socioambientais urbanos

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Título: Inundações em Venâncio Aires/RS: interações entre as dinâmicas natural e social na formação de riscos socioambientais urbanos
Autor: Collischonn, Erika
Resumo: Esta tese busca apreender os fatores que contribuem na construção do risco a eventos pluviais intensos numa cidade de pequeno porte. Realiza-se estudo aplicado na Bacia do Arroio Castelhano com ênfase na cidade de Venâncio Aires, localizada na porção centro-oriental do estado do Rio Grande do Sul. Das proposições teóricas de Mendonça (2004) e Pigeon (2005) estabeleceu-se que, para compreender as inundações e seus impactos numa cidade, além de avaliar fatores como localização, distâncias, mudanças nas condições ecológicas associadas às características demográficas do ambiente construído, é preciso investigar a história de sua produção, o modelo de desenvolvimento urbano e os padrões internos de diferenciação social na cidade. A análise procurou decifrar as dinâmicas natural e social presentes na materialidade dos espaços da bacia e da cidade. A identificação dessa presença foi registrada através do uso de diversas ferramentas relacionadas às geotecnologias e apresentada em diferentes planos de informação. Além da leitura e do cruzamento de planos de informação, a tese busca avançar nas reflexões sobre as interações possíveis entre estes planos e sobre as diferenciações ocorridas no processo de transformação espacial. O recorte temporal se apresentou em duas dimensões escalares: uma mais genérica, que se estende aos primórdios da povoação ainda no século XIX; outra, de avaliação mais detalhada, conduzida a partir da década de 1970. Observaram-se em mapas, fotografias aéreas e no terreno que a dinâmica natural do Arroio Castelhano e de seus afluentes está marcada na paisagem pela forma original de seus cursos fluviais. Esta forma, porém, foi alterada pela dinâmica social; os cursos de água foram encurtados e mudaram de posição, consequentemente, a alteração na dinâmica fluvial. A partir da década de 1970 se intensificaram as intervenções na organização do espaço estudado. A drenagem das várzeas propiciou o aumento das áreas agricultáveis, no entanto, implicou na necessidade de desobstrução permanente do canal fluvial a jusante. A urbanização e a intensificação do uso da terra que a acompanharam, também alteram o processo físico de escoamento superficial. Registrou-se por mapeamento a ampliação da ocupação urbana sobre a planície de inundação. Também foi constatado um tratamento desigual quanto à regulamentação urbanística para ocupação de áreas inundáveis, na comparação com a desigualdade socioambiental constatada pela espacialização dos dados do Censo 2000 do IBGE, agregados por setor censitário. A tese resgatou ainda a interferência humana sobre os cursos de água urbanos ao longo do tempo e os caminhos naturais da água superficial que foram desaparecendo sob a cidade. Os resultados, por um lado, demonstram o potencial da "Espacialização-periodização" como apoio ao desenvolvimento de estudos integrados do problema das inundações em pequenas cidades, pois ajudam a identificar as variáveis que criam risco e, por outro, levantam questões fundamentais sobre o futuro da cidade.
Descrição: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Geografia.
URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/92794
Data: 2009


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