Estrutura demográfica e fenologia reprodutiva de Cereus Hildmannianus K. Schum. (Cactaceae), em uma restinga arbustiva do município de Jaguaruna, Santa Catarina

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Estrutura demográfica e fenologia reprodutiva de Cereus Hildmannianus K. Schum. (Cactaceae), em uma restinga arbustiva do município de Jaguaruna, Santa Catarina

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Título: Estrutura demográfica e fenologia reprodutiva de Cereus Hildmannianus K. Schum. (Cactaceae), em uma restinga arbustiva do município de Jaguaruna, Santa Catarina
Autor: Pereira, Jader Lima
Resumo: (Estrutura demográfica e fenologia reprodutiva de Cereus hildmannianus K. Schum. (cactaceae), em uma restinga arbustiva do municipio de Jaguaruna, Santa Catarina). A família Cactaceae caracteriza-se por apresentar gêneros endêmicos do continente americano, distribuindo-se, principalmente, em ambientes áridos e semi-áridos. Porém, não se restringem apenas a estes ambientes, podendo ser encontradas habitando diferentes ecossistemas desde o nível do mar até mais de 5000 metros de altitude, do Canadá até a Argentina. A espécie de estudo, Cereus hildmannianus K. Schum., caracteriza-se por apresentar ampla distribuição, estendendo-se desde o sudeste do Brasil até o Rio Grande do Sul, ocupando os mais diferentes habitats, desde o litoral, onde ocupa ambientes como a restinga, até os planaltos. Além disso, a espécie pode ser encontrada difundida em florestas semi-úmidas e úmidas, subtropicais e tropicais do planalto leste do Chaco no sudeste da América do Sul. O presente trabalho tem como objetivo principal avaliar a distribuição espacial e a fenologia reprodutiva de Cereus hildmannianus em uma restinga arbustiva. Para tanto, foram traçados quatro transectos de 200 m de comprimento, onde foram registrados todos os indivíduos de Cereus hildmannianus que se encontravam até 5 m de distancia da linha central do transecto, com o objetivo de caracterizar a estrutura da população. Para avaliar a fenologia foram marcados 30 indivíduos e estes monitorados durante um ano (dez/2007 até nov/2008). Para cada um dos indivíduos observou-se o número de estruturas reprodutivas (flores e frutos) produzidas, além do registro de dados referentes ao tamanho dos indivíduos, como diâmetro a altura do peito (DAP) e altura. Os dados de fenologia foram correlacionados com as variáveis climáticas do período de estudo e com os dados relativos ao tamanho dos indivíduos. Foram registrados 164 indivíduos (205 ind.ha-1) nos quatro transectos de amostragem (0,8 ha), obtendo-se uma média de 41 (desvio padrão = ±19,78) indivíduos por transecto. A população apresentou reduzida proporção de indivíduos considerados plântulas e juvenis, que pode ser um reflexo do baixo aporte de sementes, mas também pelas restrições ambientais ao estabelecimento das plântulas. Dentre as espécies arbustivo-arbóreas presentes nesta restinga, análises de vizinhos mais próximos mostraram que Dodonea viscosa (U = 21,00; p = 0,0002), Eugenia catharinae (U = 17,00; p = 0,037), Guapira opposita (U = 89,50; p = < 0,0001), Ilex theezans (U = 2,50; p = 0,033), Ocotea pulchella (U = 15,00; p = 0,04), Sebastiania serrata (U = 183,50; p = < 0,0001) e Siphoneugena reitzii (U = 0,00; p = 0,0007) tenderam a ocorrer mais próximas a Cereus hildmannianus do que observado em amostragem ao acaso. Destas, entretanto, apenas Sebastiania serrata mostrou ocorrência mais frequente junto a esta Cactaceae, o que pode sugerir uma evidência de associação entre as duas espécies. Esta tendência de associação pode ser o resultado de interações positivas com plantas-berçário. Neste sentido é possível sugerir que Sebastiania serrata é uma espécie facilitadora de Cereus hildmannianus em ambientes de restinga onde estas espécies ocorrem naturalmente. O período de produção de flores teve início durante dez/2007 e se estendeu até jul/2008, apresentando seu pico de atividade e intensidade durante os meses de fev/2008 e jan/2008, respectivamente. A frutificação foi mais curta, tendo iniciado em jan/2008 até jun/2008, com pico em fev/2008 e mar/2008, para os índices de atividade e intensidade, respectivamente. A população apresentou correlação positiva significativa entre as variáveis DAP e número de ramos e o número de flores produzidas por indivíduo (rs = 0,471; p = 0,008 e rs = 0,501; p = 0,005, respectivamente). Não foi encontrada correlação entre os eventos fenológicos e a precipitação. Houve correlação positiva significativa entre temperatura e a fenofase de floração, indicando a possibilidade de tais eventos biológicos estarem relacionados com esta variável.
Descrição: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal, Florianópolis, 2009
URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/92349
Data: 2012-10-24


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