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A dissertação analisa o romance O Chalaça, de José Roberto Torero, na tentativa de inseri-lo em uma determinada tradição literária e crítica, denominada, genericamente, de tradição da sátira menipéia. Em um primeiro momento, apresenta-se um resumo da história política brasileira, a abranger o Primeiro Império, período histórico com que o romance vem a dialogar. Em seguida, apresenta-se um breve esboço de O Chalaça, com o intuito de, na seqüência, cotejar a historiografia e o romance. No capítulo subseqüente, a obra de Torero é examinada sob a perspectiva dos principais elementos da tradição da sátira menipéia: a digressão, a interação com o leitor, o humor, o grotesco e o pessimismo, elementos presentes nas obras de Laurence Sterne e Machado de Assis, também tributários dessa tradição, e de quem Torero seria um possível seguidor. No quarto capítulo, a relação entre o romance O Chalaça e a tradição literária é retomada à luz da contribuição teórica de Mikhail Bakhtin, José Guilherme Merquior e Enylton de Sá Rego. Uma vez constatada a pertinência da hipótese inicial, que situa o romance de Torero dentro da tradição da sátira menipéia, lançam-se, nas Considerações Finais, alguns indicativos que possam eventualmente levar a uma ainda outra leitura do romance, agora sob a perspectiva da crítica literária pós-moderna. Indaga-se, aí, até que ponto o romance de Torero, enquanto tributário de uma tradição, dela não se alimenta para inclusive apagá-la, em termos de sua relevância crítica. |
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