Abstract:
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O presente trabalho disserta sobre o processo individual da tomada de decisão. A pesquisa aborda a adaptação estratégica ocorrida na indústria de estofados ESTOBEL e sua relação com a tomada de decisão naturalista. O desenvolvimento da pesquisa consiste no processo de visualização da estratégia, e a pesquisa subdividiu-se em três partes, denominadas períodos estratégicos. Os vieses cognitivos e as armadilhas inerentes à percepção humana postulam os esforços da coalizão dominante formal, à luz da perspectiva naturalista, na tentativa de melhor visualizar seu processo estratégico, a partir de tais períodos e por meio do uso da ferramenta de modelagem conhecida como mapa de interações. Utilizam-se, para tanto, as bases teóricas de Klein (1998), para abordar a visão comportamental da tomada de decisão, bem como de Russo e Schoemaker (2002) para levantar as etapas do processo de tomada de decisão; Bowditch e Buono (1997) no que diz respeito aos dois grandes ambientes (geral e específico); Hrebiniak e Joyce (1985) quando se trata da escolha e do determinismo ambiental; Mintzberg (1987); Mintzberg, et al. (2000); Quinn e Voyer (1994); Siggelkow (2001;2002), a partir dos quais se levantou o processo de adaptação estratégica; Porter e Siggelkow (2003) no uso do mapa estratégico. A pesquisa tem por objetivo geral, compreender o perfil dos tomadores de decisão em uma organização exportadora, no decorrer dos últimos 13 anos e se baseia na escola cognitiva da estratégia. O tipo de investigação utilizado foi o estudo de caso único, mediante análise longitudinal, que compreendeu o período entre 1990 e 2003. A coleta de dados deu-se segundo os procedimentos propostos pela Direct Research (MINTZBERG, 1979). Nessa perspectiva, enfocam- se o caráter contextualista e processual do trabalho, baseado nas proposições de Pettigrew (1987). Já o tratamento dos dados é finalizado com o relato de aspectos conclusivos extraídos de entrevistas com membros da coalizão dominante formal, realizando um confronto da pergunta de pesquisa e dos objetivos com os resultados encontrados. Conclui-se que as mudanças estratégicas são influenciadas pelo líder que, em conjunto com a coalizão dominante, embora sem um planejamento formal, tem forte influência no processo de tomada de decisão. Do mesmo modo, a implantação do mapa estratégico choca-se com a necessidade de maior aprofundamento da identidade corporativa, visto que a responsividade da organização é baixa por falta de informação, nas etapas de tomada de decisão, resultado da pouca interatividade entre os membros da coalizão dominante na identificação e no compartilhamento de modelos mentais a respeito das potencialidades da organização. |