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A indústria petroquímica nacional é, principalmente, o resultado das ações da Petrobrás, que criou a Petroquisa em 1967. O setor, então, foi consolidado, através de ações da tecnoburocracia especializada na petroquímica, composta por quadros governamentais, que, em parceria com o capital privado nacional, tinham claros e definidos objetivos nacionalistas e desenvolvimentistas. O objetivo desta tese é investigar o desempenho, os padrões e a evolução do apoio à tomada de decisão estratégica, utilizados pela tecnoburocracia, em investimentos da indústria química brasileira, em dois projetos distintos (1975/1982 - Implantação da Química Fina Brasileira e 1985/1992 - Ampliação do Pólo Petroquímico de Camaçari). Com base em uma metodologia de Estudo de Caso, tendo por lastro as hipóteses de que houve inadequação de desempenho estratégico no primeiro projeto e a adequação no segundo projeto, e, portanto, uma evolução forçada. A tese tem sua fundamentação teórica em planejamento governamental e tecnoburocracia, em planejamento estratégico e estratégia competitiva, e, em processos de apoio à tomada de decisão. O estudo de caso se dá, a partir de pesquisas em fontes primárias e secundárias, de entrevistas com profissionais que participaram dos dois eventos e da vivência do autor. Verificou-se, no projeto de Implantação da Química Fina, a inadequação no desempenho estratégico pelo uso de um padrão voluntarista e ritualisticamente racional de comportamento decisional e estratégico. Na Ampliação do Pólo Petroquímico de Camaçari, verificou-se a adequação no desempenho estratégico, pois houve o caminho para um padrão prescritivista/construtivista no comportamento decisional e estratégico. Esta evolução foi forçada por aspectos conjunturais, estruturais, internos e externos à indústria química. Esses aspectos, variáveis-chave indutoras do aprendizado decisional e estratégico foram: a crise econômica do início da década de 1980; o enfraquecimento do poder do Estado e conseqüente esfacelamento do aparato estatal-regulatório; a abertura e exposição à competitividade; e, a mudança da cultura organizacional nas empresas brasileiras. |
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