Abstract:
|
Com o objetivo de subsidiar o conhecimento para o desenvolvimento tecnológico de sistemas de tratamento de efluentes de maricultura, oito células de wetlands artificiais pilotos de fluxo subsuperfícial com coluna d'água livre - quatro com a halófita emergente Spartina alterniflora (wetland S) e quatro sem macrófitas (wetlands C) -, medindo 0,73 x 0,73 x 0,40 m (comprimento x largura x profundidade) e dotados de sistemas de recirculação (air-lift) regulado para um tempo de residência hidráulica de 6 h, foram aplicados ao tratamento de 9 cargas distintas de 110 l de efluentes de cultivo de pós-larvas de camarão marinho, durante um período de 6 meses. Analisou-se o efeito dos wetlands S e C sobre a quarta carga de efluente, ao longo de 36 h de tratamento, quando alcançaram, respectivamente, reduções de 85,6 e 82,5% para sólidos suspensos totais (SST), 88,8 e 82,5% para sólidos suspensos inorgânicos (SSI), 81,8 e 96,1% para sólidos suspensos orgânicos (SSO), 39,4 e 53,6% para nitrogênio total (NT), 82,2 e 92,4% para N-NH4, 64,3 e 59,2% para P-PO4, e 81,0 e 89,2% para turbidez. Os wetlands C apresentaram maiores níveis de oxigênio dissolvido (OD) e pH e demonstraram tendências de nitrificação, enquanto os wetlands S mostraram tendências de denitrificação. Pretendia-se fazer nova bateria de análises para avaliar o efeito do tratamento com maior maturidade de uso dos wetlands pilotos. Porém, as macrófitas morreram após a nona carga de efluente, provavelmente, devido à toxidade de compostos reduzidos de enxofre acumulados no substrato dos wetlands S; e os wetlands C colmataram. Esta pesquisa demonstra o grande potencial de wetlands artificiais para o tratamento de efluentes de maricultura, ao mesmo tempo em que enfatiza a necessidade de se gerar conhecimento tecnológico para a otimização dos processos depurativos junto com facilidades de implantação e manejo. |