Qualidade de vida no trabalho: um modelo para diagnóstico, avaliação e planejamento de melhorias baseado no desdobramento da função qualidade

Abstract

O termo Qualidade de Vida no Trabalho surgiu na década de 50 do século passado com Erich Trist estudando os sistemas sociotécnicos. A partir destes estudos as organizações deveriam ser entendidas como uma relação muito estreita entre os sistemas sociais representados pelas pessoas e os sistemas técnicos representados pela estrutura organizacional, o estilo de liderança e a tecnologia. No início do século passado porém, as organizações estavam muito mais preocupadas com as regras, normas, estruturas e eficiência das pessoas do que com o seu bem estar físico ou psicológico. Com a evolução dos estudos na área social, as exigências das pessoas e o conhecimento das necessidades delas em relação ao trabalho, as organizações passam a investir na melhoria da Qualidade de Vida das pessoas no trabalho, cujo resultado deste investimento é um ambiente mais humanizado, e tem por objetivo, atender tanto às aspirações mais altas quanto às mais básicas, procurando encorajar o desenvolvimento das habilidades e capacidades dos trabalhadores, considerando o espaço no qual o trabalho ocupa na vida das pessoas e, por sua vez, não deve prejudicar a capacidade delas desempenharem outros papéis na sociedade. Devido à importância deste assunto na Administração, este trabalho teve como objetivo desenvolver um modelo de avaliação e planejamento de ações de melhoria na Qualidade de Vida no Trabalho. O modelo sugerido tem seis fases como segue: a primeira é a de diagnóstico das características da organização e dos funcionários e de sua relação com o trabalho e com a gerência; na segunda fase do modelo encontra-se um levantamento das necessidades dos funcionários; na terceira, a formação de uma equipe para sugestão de idéias para atender às necessidades dos funcionários; na quarta fase, a equipe trabalha na geração e seleção das idéias; na quinta, a equipe faz a relação entre as necessidades dos funcionários e os procedimentos e, finalmente, na sexta fase, elabora-se o plano de ação para implantar as ações de melhorias. Este modelo foi testado em uma pequena empresa de confecção, com os funcionários da área de produção, sendo possível avaliar cada uma das fases e sugerir melhorias.