Abstract:
|
Este trabalho buscou subsídios na pesquisa sobre a educação superior brasileira, iniciada em 2007, e que está em desenvolvimento no estágio pós-doutoral, no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. O estudo analisa do ponto de vista histórico, o processo de ressignificação do conceito de universidade e da autonomia universitária, marco importante da produção científica. A universidade adquire legitimidade a partir da idéia de autonomia em relação à religião e ao Estado. A produção do conhecimento precisa ser gerada no âmbito da autonomia universitária e deve se transformar em conteúdo de ensino, de modo a assegurar sua universalização. No entanto, a relação entre Estado, religião e universidade pode ser contraditória, pois Estado e religião não são exteriores à dimensão de qualquer instituição social, sequer à universidade. O grande diferenciador do modus vivendi humano, em relação às demais espécies, é o conhecimento, ainda que submetido ao senso comum. O diferencial está no processo de produção do conhecimento, que deve possibilitar, em associação a outros fatores, a melhoria na qualidade de vida para a humanidade. A universalidade na produção do conhecimento precisa estar centrada na observância da indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão, e na autonomia universitária, firmando-se, dessa forma, as finalidades dessa instituição social. O presente artigo, tendo como referência a realidade de Santa Catarina, Brasil, aborda a complexidade desse fenômeno para a realidade brasileira no que se refere às diferentes concepções de universidade, que poderá se ressignificar com a crise fiscal do Estado, sob a hegemonia neoliberal. |