Decomposição dos salários médios dos brasileiros: uma discussão salarial sobre gênero

Abstract

Este trabalho investiga as diferenças salariais entre homens e mulheres no Brasil, utilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) de 2022. A análise foi conduzida por abordagens como a Equação Minceriana, Correção de Heckman para viés de seleção e a decomposição Oaxaca-Blinder. A análise revela que, embora as mulheres apresentem níveis de escolaridade superiores, seus rendimentos continuam significativamente inferiores aos dos homens, mesmo após o controle de variáveis como experiência, localização e características demográficas. A maior parte da desigualdade salarial é explicada por diferenças não observadas, associadas a discriminação de gênero e retornos desiguais para as mesmas características. Somado a isso, barreiras estruturais, refletidas na significância da Razão Inversa de Mills, limitam a participação das mulheres no mercado de trabalho, especialmente por não estarem inseridas no mercado. Mulheres acabam não inseridas no mercado de trabalho devido ao seu salário de reserva, ou seja, seu salário para cobrir todos os custos do lar, não ser compatível à remuneração de mercado.

This study investigates wage disparities between men and women in Brazil, using data from the 2022 PNAD-C and methodologies such as the Mincer Equation, Heckman Correction for selection bias, and the Oaxaca-Blinder decomposition. The analysis reveals that although women demonstrate higher levels of education, their earnings remain significantly lower than those of men, even after controlling for variables such as experience, location, and demographic characteristics. Most of the wage inequality is attributed to unobserved factors associated with gender discrimination and unequal returns for identical characteristics. Additionally, structural barriers, reflected in the significance of the Inverse Mills Ratio, constrain women's participation in the labor market, particularly for those not actively engaged in employment. Women often choose not to participate because their reservation wage does not align with market compensation.