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A exposição prolongada ao tratamento pelos antirretrovirais para controle do vírus da imunodeficiência humana (HIV) apresenta efeitos colaterais que, dentre outros fatores, alteram a composição corporal dos pacientes. A busca de estratégias não medicamentosas que mitiguem as alterações na composição corporal em decorrência do HIV e do tratamento prolongado é prioridade em saúde pública. Assim, o presente estudo teve como objetivo investigar a relação entre força muscular com indicadores de adiposidade corporal e conteúdo mineral ósseo (CMO), em crianças e adolescentes com diagnóstico de infecção pelo vírus do HIV. Este estudo faz parte do macroprojeto “Guia de avaliação da aptidão física relacionada à saúde de crianças e adolescentes que vivem com o HIV: estudo saúde positHIVa etapa II” e apresenta delineamento transversal. Para essa pesquisa participaram 21 crianças e adolescentes na faixa etária de oito a 15 anos de idade com diagnóstico de HIV, via transmissão vertical, sendo 10 do sexo masculino e 11 do feminino, atendidos em um hospital de referência da cidade de Florianópolis, SC, Brasil. As variáveis dependentes foram a adiposidade corporal (regional e generalizada) e CMO (regional e generalizado) estimadas por meio da avaliação do DXA. A variável independente foi a força muscular que foi analisada por um teste de membros superiores (MMSS) (teste de preensão manual) e um teste de membros inferiores (MMII) (teste de impulsão horizontal). Empregaram-se análises de estimativas do coeficiente de correlação de Spearman (Rho), considerando nível de significância de 5%. Para o sexo feminino, observou-se que: 1) o desempenho no salto horizontal esteve relacionado inversamente à gordura corporal de MMII (Rho = -0,62) e do tronco (Rho = -0,62); 2) o desempenho no teste de preensão manual foi diretamente relacionado com a gordura corporal do tronco (Rho = 0,71); 3) o desempenho no teste de preensão manual foi diretamente relacionado com o CMO do tronco e subtotal (ambos Rho = 0,63). Para o sexo masculino, observou-se que: 1) o desempenho no salto horizontal esteve relacionado inversamente à gordura corporal de MMII (Rho = -0,66) e do tronco (Rho = -0,62); 2) o desempenho no teste de preensão manual foi diretamente relacionado com o CMO total (Rho = 0,84), CMO de MMSS (Rho = 0,78), CMO de MMII (Rho = 0,81), CMO de tronco (Rho = 0,83), e CMO subtotal (Rho = 0,81); 3) o desempenho no teste de salto horizontal foi inversamente relacionado com o CMO total (Rho = -0,74); 4) o desempenho no teste de salto horizontal foi diretamente relacionado com o CMO de MMSS (Rho = 0,66), CMO de MMII (Rho = 0,67), CMO de tronco (Rho = 0,78) e CMO subtotal (Rho = 0,73). A força muscular de MMSS e MMII foi relacionada com indicadores de adiposidade corporal e CMO, indicando na maior parte das relações que o aumento da força muscular resulta em menores valores de gordura corporal para o sexo masculino e em maiores valores de CMO tanto para o sexo masculino quanto feminino. |
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